Guarda Municipal de Foz é preso pela PF na operação que investiga atos antidemocráticos

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Guarda Municipal de Foz do Iguaçu postou vídeos participando dos atos antidemocráticos no dia 8 de janeiro em Brasília Foto: Reprodução/Facebook

No dia 8 de janeiro, manifestantes bolsonaristas contrários ao resultado das eleições 2022 invadiram e depredaram as sedes do Governo Federal, Congresso Nacional e STF

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira (17) a oitava fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se ou fomentaram os atos antidemocráticos que culminaram, no dia 8 de janeiro, com a invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília. Os agentes cumprem 46 mandados de busca e apreensão e 32 mandados de prisão preventiva. Em Foz do Iguaçu, foi preso o Guarda Municipal Joelson Sebastião Freitas por suspeitas de participação.

Informa o GDia que os mandados estão sendo cumpridos em nove estados – além de Paraná, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo e no Distrito Federal. Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido. A PF pede ajuda da população para encaminhar denúncias que possam levar a mais envolvidos ao e-mail [email protected].

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Auto-exposição

O subinspetor Joelson Sebastião Freitas postou vídeos em redes sociais, onde se denomina como “Olavo Bolsolavista” (em alusão aos nomes do ex-presidente Jair Bolsonaro e ao guru da direita Olavo de Carvalho, que morreu no ano passado), participando de acampamento ilegal e também subindo a rampa do Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes, ao lado de outros extremistas na tarde daquele domingo.

Em uma das imagens, o guarda municipal aparece em um acampamento ilegal montado por bolsonaristas radicais próximo ao Exército, na capital federal. Em outro trecho, Joelson mostra extremistas subindo e descendo pela rampa do Palácio do Planalto. À imprensa, o advogado de defesa dele, Lougan Cardoso, afirmou que a prisão é “desnecessária” e que as acusações contra seu cliente são “genéricas”.

“As acusações são extremamente genéricas e não satisfazem os requisitos para imputação. Além disso, a prisão preventiva é extremamente desnecessária, levando em consideração os 28 anos de agente público e com histórico funcional ilibado e ser primário. Aliado ao fato de não existir contemporaneidade entre os fatos e a prisão”, afirmou Lougan.

A mulher de Joelson, Marisa Aparecida Aires Nogueira, que também é guarda municipal em Foz do Iguaçu, não foi alvo desta fase da operação Lesa Pátria. Ela também esteve em Brasília e postou vídeos a caminho da Praça dos Três Poderes. Ela trabalha na instituição desde 2003 e atualmente é subinspetora. O guarda municipal ocupa o mesmo cargo, mas está lotado na desde 1995.

Apuração preliminar

Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Pública esclarece que recebeu, na manhã desta sexta-feira (17), o informe de que o Subinspetor Joelson Sebastião Freitas, da Guarda Municipal, foi alvo de cumprimento de mandado de busca e prisão em seu desfavor, em operação realizada pela Polícia Federal.

O manifesto “salienta ainda que, pela administração municipal, está em andamento uma apuração preliminar de infração disciplinar para apurar possível responsabilidade funcional devido à participação de Joelson nos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano”.

No Paraná, os agentes integrados na operação do PF estão atuando em outras três cidades. Em Arapoti, nos Campos Gerais, são cumpridos um mandado de busca e apreensão e um de prisão. O mesmo ocorre em Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, onde Joelson foi preso.

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