Falta de sistema de drenagem e estudo técnico de obstáculos impedem homologação de extensão de 600 metros da pista do Aeroporto de Foz do Iguaçu
A execução das obras e ações necessárias para a homologação e uso efetivo dos 600 metros de extensão da pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, entregues em abril de 2021, dependem do aval da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A informação é do CEO da CCR Aeroportos, Fábio Russo, que comentou sobre o tema na última terça-feira (19), durante o anúncio de investimento de R$ 270 milhões na infraestrutura do terminal. “Não é uma obrigação da concessionária, mas estamos muito empenhados para ter uma solução”, disse.
Destaca o GDia que a extensão da pista do Aeroporto de Foz do Iguaçu foi inaugurada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) no dia 7 de abril de 2021. O plano incluiu ampliação e melhorias do terminal aeroportuário e duplicação da rodovia de acesso a partir da BR 469, a Rodovia das Cataratas. Em seguida foi feita a licitação do bloco Sul de aeroportos, cuja concessão foi vencida pela CCR Aeroportos, que assumiu a gestão em março do ano passado, sem a pista estar completa, possibilitando pousos e decolagens de aeronaves de grande porte.
Leia também
- Chico Brasileiro refuta jogo político da CPI do transporte coletivo de Foz
- Empresas oferecem 289 vagas de trabalho na agência de Foz do Iguaçu
O investimento na obra, aumentando de 2.194 para 2.858 metros de pista, somou mais de R$ 53,9 milhões, sendo que a maior parte dos recursos foram destinados pela margem brasileira da Itaipu. No início da semana, em nota ao GDia, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), então responsável pela administração da estrutura, disse que a homologação da pista passou a ser prerrogativa da concessionária a partir do momento em que ela assumiu a gestão.
“Quando participamos da licitação para estes aeroportos, esta obrigação era dada como feita antes da concessão e para nossa surpresa quando chegamos aqui ela não estava feita. A pista está aqui, a gente consegue ver, mas não é possível ela ser usada”, disse Fábio Russo em Foz do Iguaçu. Segundo ele, faltam algumas coisas ainda para a homologação, “como sistema de drenagem e alguns aspectos como obstáculos a aeronavegação que impedem que a Anac homologue a extensão da pista”.
Encaminhamento
Segundo o CEO da CCR, a empresa já protocolou uma série de documentos para resolver esta situação. “Não é uma obrigação da concessionária, mas estamos muito empenhados para ter uma solução. Todos nós queremos, Prefeitura, Estado, Anac, nós em especial, queremos que esta pista esteja homologada com a extensão total”. Russo informou ainda que eles não podem fazer investimentos na extensão da pista porque precisam ser “autorizados pela Anac, é uma concessão aeroportuária”.
“Não estamos anunciando hoje (terça, 19), ainda, porque não temos uma solução acordada com a Anac”, ressaltou. Russo destacou que para viabilizar a homologação, é preciso fazer um sistema de drenagem da pista, “que não foi feito de maneira completa”. No edital, segundo ele, falava que a pista estaria completa, para que a pista esteja completa e homologada, tudo o que falei devia estar feito.
“Não conheço o contrato, mas uma pista só é homologada pela Anac quando ela percebe que as condições de operação dela estão adequados”, disse Fábio Russo. Que completou: “O que sabemos aqui, falta um sistema de drenagem dos 600 metros adicionais da pista e um estudo técnico de obstáculos da pista que não foi feito. Estimamos o tempo e valor que demora para fazer, já entregamos estes documentos estes documentos para a Anac e estamos discutindo com a agência como ela quer proceder”.