O debate sobre a volta do Horário de Verão, quando é adiantado o relógio para garantir mais uma hora de dia após o expediente normal, tomou um rumo ideológico comparável a cloroquina e o tratamento precoce contra a covid-19.
A afirmação é da Federação das Empresas de Turismo do Paraná (Feturismo), entidade filiada a Confederação Nacional do Turismo (CNTur), em três notas penduradas na coluna Painel da Folha de S.Paulo desta quarta-feira (20), ao avaliar a reunião do Ministério de Minas e Energia com uma entidade esotérica que diz controlar o clima.
De acordo com Fábio Aguayo, diretor das entidades, o governo feederal está preocupado com a crise hídrica e o risco de apagão no país, mas não pode contar com a sorte e esperar um dilúvio para resolver a questão energética.
Abaixo a íntegra das notas:
GOTA D’ÁGUA A recente reunião do Ministério de Minas e Energia com a entidade esotérica Fundação Cacique Cobra Coral, que diz controlar o clima, desagradou representantes do empresariado que há meses tentam convencer o governo de que haveria benefício econômico em retomar o horário de verão para resolver o problema energético agravado pela falta de chuva.
TEMPO FECHADO Fábio Aguayo, diretor da CNTur, uma das entidades de turismo que defende a mudança no relógio para alongar o tempo de atendimento no comércio e nas atividades de lazer, diz que o encontro do ministério comm a Cobra Coral mostra que o governo está preocupado, mas não pode contar com a sorte e esperar um dilúvio para resolver a questão energética.
TROVÃO Para Aguayo, o ministro Bento Albuquerque é “intransigente e cabeça dura”. Ele afirma que deve ser difícil por parte do governo admitir a volta do horário de verão porque o debate tomou um rumo ideológico comparável a cloroquina e tratamento precoce, quando deveria ser econômico, científico e estratégico.