Integrantes da empresa vencedora da licitação irão avaliar até o final desta semana as condições da estrutura
O prédio da antiga Santa Casa Monsenhor Guilherme de Foz do Iguaçu poderá abrigar novamente uma unidade de saúde. A estrutura, adquirida recentemente em leilão, desperta o interesse de dois grupos hospitalares de São Paulo e do Rio de Janeiro. A informação é de Félix Bordin, sócio da Bordin Administração e Incorporação LTDA, que arrematou o local com uma oferta de R$ 7 milhões. A futura denominação poderá homenagear o patriarca da família – Antonio Bordin.
O Hospital Santa Casa foi criado no início da década de 1940, para suprir uma deficiência na oferta de serviços em saúde em Foz do Iguaçu. Por mais de 60 anos, a unidade foi referência no atendimento clínico e hospitalar da região. Em fevereiro de 2006, frente às dificuldades financeiras, a então gestora, Irmandade Monsenhor Guilherme, entrou com pedido de falência, declarada três meses após pela Justiça. As informações são de Ronildo Pimentel, no Gazeta Diário.
O imóvel de 6 mil metros quadrados, está localizado em uma área de 16,8 mil metros quadrados, às margens da Avenida Brasil. A estrutura acabou adquirida pelo Grupo Diplomata, que entrou com pedido de recuperação judicial, o que motivou o novo leilão, realizado em 25 de fevereiro, na 1ª Vara Cível de Cascavel.
“A gente mudou para Curitiba, onde temos negócios, mas temos parentes em Foz do Iguaçu. Daí surgiu a oportunidade do leilão da Santa Casa”, disse Félix Bordin, em entrevista por telefone à Rádio Cultura. Segundo ele, em homenagem ao seu pai, Antonio Bordin, decidiram fazer um lance. “E nossa empresa, felizmente foi a vencedora”.
“Já efetuamos os pagamentos a massa falida da Diplomata, de Cascavel e devemos receber agora a carta de adjudicação para fazer a averbação no registro de imóveis”, relatou Bordin. Ele adiantou que, ainda esta semana, estará em Foz do Iguaçu acompanhado da filha Carla, que é arquiteta, para examinar a Santa Casa e ver se há possibilidade de alguma reforma e reativar como hospital.
Interessados
Félix Bordin contou que, em conversa no ano passado, com o dono da Diplomata, o ex-deputado Alfredo Kaefer, foi informado de estudos realizados por um hospital de São Paulo, para reativar a Santa Casa. “Tem também um grupo do Rio de Janeiro, me informaram, que teria interesse de fazer investimento em hospital na região. Vamos analisar e ver o que pode ser feito”, disse.
A participação no leilão, segundo Bordin, foi resultado de um impulso que integrantes do grupo tiveram em homenagear a história do patriarca da família. “O velho (como gosta de se referir a Antonio Bordin), que tanto batalhou para fazer uma ala nova do hospital e depois teve um acidente, na época em que entregou a provedoria da Santa Casa Casa”, relembra o empresário.
“Na época (da falência declarada pela Irmandade) até falei com o ex-prefeito Paulo Mac Donald, para ele assumir a Santa Casa pela Prefeitura, o que foi recusado devido ao passivo trabalhista muito alto e não tinha condições”, contou. “Vamos ver agora o que fazer para tentar reativar um hospital de preferencia com o nome Antonio Bordin em homenagem a ele”, ressaltou Félix Bordin.
Para isto, ainda segundo o empresário, será necessário agregar forças. “Vamos tentar contato com o hospital de São Paulo. Primeiro fazer um levantamento para saber se é viável a recuperação ou não. Estamos com este investimento que vai retribuir tudo o que Foz do Iguaçu fez para nossa família”, completou.
Arremate
O prédio da antiga Santa Casa de Foz do Iguaçu, que pertencia ao Grupo Diplomata, foi à leilão na 1ª Vara Cível de Cascavel, com uma avaliação inicial de R$ 15,5 milhões. Devido a falta de ofertas, a estrutura acabou adquirida pela Bordin por R$ 7 milhões – menos da metade.
No leilão, a empresa compradora pagou uma parcela de R$ 2 milhões de entrada. O restante será quitado em cinco parcelas de R$ 1 milhão cada – a primeira vence em 25 de março.