Hospital Municipal de Foz do Iguaçu realiza primeira captação de órgãos de 2020

hospital municipal

O Hospital Municipal Padre Germano Lauck (HMPGL) realizou, na tarde de ontem (06), a primeira captação de órgãos do ano, por meio da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) da instituição em parceria com a equipe do Hospital do Câncer de Cascavel- Uopeccan.

O doador, um jovem de 20 anos, vítima de traumatismo cranioencefálico grave e politraumatismo, teve sua morte encefálica confirmada por meio de exames realizados seguindo todo o cumprimento de uma série de protocolos descritos, bastante criteriosos.

A equipe da CIHDOTT, após a entrevista realizada com a família, obteve a autorização para que fosse então, realizada a captação. “A generosidade das famílias que consentem em optar pela captação, sempre emociona a equipe multidisciplinar. Os familiares sabem que apesar da perda, estarão transformando e dando esperanças à vida de outras pessoas”, disse a secretária da Comissão, enfermeira Karin Aline Zilli Couto. Após a autorização é iniciado o protocolo junto à Central Estadual de Transplantes (CET/PR), que faz a busca do receptor compatível no estado, ou no país, caso não haja ninguém na fila no Paraná.

Foram captados: rins, coração para válvulas, fígado e globo ocular.

De acordo com o diretor-presidente da instituição, Sérgio Fabriz, “a dor para a família que autorizou a captação neste momento é imensa, mas acredito, que ao aceitar, a conscientização da importância de doar os órgãos, fala mais alto”, pontuou Fabriz.

A seleção de um paciente que aguarda por um transplante, ocorre com base na gravidade de sua doença, tempo de espera em lista, tipo sanguíneo, compatibilidade anatômica com o órgão doado e outras informações médicas importantes.

Captações 2019 

 O HMPGL em 2019 realizou ao todo 22 captações de múltiplos órgãos que beneficiaram dessa maneira, a qualidade de vida de pessoas que estão na fila à espera de um transplante. Em 2018, foram realizadas 32 captações.

Segundo dados da ABTO – Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, a taxa de não autorização familiar é ainda o maior entrave, para que um órgão seja doado no Brasil.

Transplantes

O estado do Paraná, segundo dados da ABTO, tinha até setembro de 2019, 1.691 pacientes cadastrados em lista de espera para um transplante dos seguintes órgãos: rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas, pâncreas/rim e córnea. A maioria aguardava pela doação de um rim: 1.245 paranaenses. A segunda maior demanda é a córnea com 236 pacientes na lista de espera. 

Doador

No Brasil, para ser doador, não é preciso deixar nada por escrito, e sim comunicar à família, pois somente os parentes podem autorizar a doação.

Há dois tipos de doador

1 – O primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só com autorização judicial. Pessoas menores de 21 anos precisam de autorização dos responsáveis.

2 – O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).


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