O volume de impostos pagos pelos moradores de Foz do Iguaçu no primeiro trimestre deste ano ultrapassou R$ 80,6 milhões. Os números têm como base o “impostômetro” da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que acompanha a arrecadação em todo o país e disponibiliza os dados para consulta pública.
Adianta o GDia que o montante refere-se ao período de 1° de janeiro a 31 de março. O valor arrecadado superou em R$ 4,4 milhões o volume recolhido no mesmo intervalo de 2022, que contabilizou R$ 76,2 milhões. O crescimento foi de 5,5%. Em todo o ano passado a arrecadação somou R$ 300 milhões.
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Os números são bastante elevados, especialmente quando comparados à arrecadação de outras cidades de porte semelhante ao de Foz. Toledo, por exemplo, contabilizou R$ 42,1 milhões. Francisco Beltrão registrou R$ 17,1 milhões e Ponta Grossa R$ 86,5 milhões. Cascavel, considerada capital do Oeste, teve um recolhimento apenas um pouco maior que o da fronteira, com R$ 98 milhões.
Informa o GDia que em todo o Paraná o acumulado de tributos somou nos primeiros três meses de 2023 R$ 43,3 bilhões. O volume também cresceu no estado em relação ao ano anterior. De acordo com os dados, em 2022 foram arrecadados R$ 40,9 bilhões, cerca de R$ 2,4 bilhões a menos. Os tributos pagos pelos paranaenses correspondem a apenas 5,59% do total de contabilizado no Brasil.
Em nível nacional a sondagem revela que a arrecadação de tributos no primeiro trimestre atingiu R$ 777 bilhões. A marca de R$ 500 bilhões foi alcançada no dia 23 de fevereiro, cerca de quatro dias antes do que foi registrado em 2022.
De acordo com a análise do economista da ACSP, Marcel Solimeo, houve crescimento na arrecadação em razão do aumento nos preços e inflação acumulada para o período. “A alta [de impostos] que tivemos aconteceu pelo aumento da inflação, que incide diretamente nos preços dos produtos e eleva a arrecadação”, explicou.
Qual a destinação dos impostos?
De acordo com informações da própria Receita Federal, os impostos pagos pelos brasileiros vão para o custeio de pesquisas, produção agrícola e industrial, segurança pública, cultura, esporte, saúde pública, transporte e meio ambiente.
Neste contexto os impostos arrecadados vão para o Governo Federal. Depois ele os distribui para União, Estados e Municípios. O único problema, segundo a ACSP, é que tudo isso é bem explicado na teoria, mas o fato é de que o retorno esperado nem sempre aparece.
Isso é mostrado pelo Irbes, o Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade. Ele é obtido a partir da soma da carga tributária com relação ao PIB com o Índice de Desenvolvimento Humano. São levados em consideração os 30 países com maior cobrança de impostos. O Brasil faz parte, estando em última colocação desde o início, em 2011.
“O valor que o Brasil destina atualmente para investimentos que tragam crescimento no IDH é muito baixo. O orçamento do país é muito engessado e enquanto não houver mudanças significativas nessa questão da alocação dos recursos, tende a continuar sempre assim”, explicou o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, João EloiOlenike.
Entenda o cálculo
O impostômetro considera todos os valores arrecadados pelas três esferas de governo a título de tributos, incluindo como multas, juros e correção monetária. O levantamento feito pelo sistema utiliza como base de dados, na esfera federal, a Receita Federal Brasil, Secretaria do Tesouro Nacional, Caixa Econômica Federal, Tribunal de Contas da União e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).