Em Maringá, Itaipu abre série de oficinas para expansão da coleta seletiva no Estado

Serão beneficiados 50 municípios do Estado e cerca de mil catadores, com investimentos previstos de R$ 118 milhões
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Crédito das fotos: Elisson Andrade / Itaipu Binacional

A Itaipu Binacional deu a largada nesta sexta-feira (2), em Maringá, no Norte do Estado, à série de oficinas de diagnóstico, sensibilização e capacitação de catadores de recicláveis e técnicos ambientais da região. As atividades aconteceram no Clube de Tradição Gaúcha (CTG) Rincão Verde e reuniram cerca de 200 participantes de 11 municípios.

O objetivo do encontro foi apresentar a metodologia de trabalho do projeto Expansão das Unidades de Valorização de Resíduos (UVRs), uma das ações do Programa Itaipu Mais que Energia. Serão beneficiados 50 municípios do Estado e cerca de mil catadores, atingindo uma população de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas.

A ação é resultado de uma parceria entre a Itaipu, o Itaipu Parquetec e o Consórcio Intermunicipal de Saneamento Ambiental do Paraná (Cispar), com investimentos de R$ 118 milhões da Binacional.

O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, destacou que o projeto é importante porque contribui para a preservação do meio ambiente – e, consequentemente, para o alcance das metas da Agenda 2030 das Nações Unidas – e ajuda a evitar a contaminação do reservatório da hidrelétrica. Entretanto, uma das maiores motivações da empresa é construir um ambiente de trabalho adequado para as pessoas que trabalham na coleta seletiva, com remuneração justa pelos serviços ambientais que prestam aos municípios.

“Nós temos várias realidades sociais nessa região. Existe lixão, falta de cultura ambiental, há problema sério de remuneração e de qualidade de vida dos catadores. Com esse projeto, nós queremos romper aquela visão de que quem trabalha com reciclável só precisa de um carrinho novo para empurrar. Queremos construir uma nova realidade”, afirmou.

O diretor-superintendente do Itaipu Parquetec, Irineu Colombo, citou alguns dados que mostram a realidade da reciclagem no País e no Estado. Segundo ele, no Brasil, em torno de 4% dos resíduos sólidos das cidades são reaproveitados; no Paraná, esse índice sobe para 8%; e na Região Oeste do Estado, onde a Itaipu atua em parceria com as cooperativas, o reaproveitamento passa de 30%. “Então fica um desafio para todos nós, que é ampliar esses números, valorizar as pessoas que trabalham com reciclagem, com mais renda e dignidade.”

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O diretor executivo do Cispar, Walter Luiz Bossa, afirmou que os catadores são hoje os principais agentes ambientais das cidades. “Vocês fazem esse trabalho de limpeza que seria responsabilidade do município”, disse, dirigindo-se aos trabalhadores. Segundo ele, a iniciativa da Itaipu representa uma oportunidade de mudança de vida dos catadores. “Acreditem no potencial de vocês.”

Ruth da Silva, de Mandaguari, é um exemplo de cidadã que teve a vida transformada pela reciclagem. Ela começou empurrando carrinho na rua, 15 anos atrás, e hoje tem orgulho da atividade. “Para mim, é um trabalho importante em dois aspectos: eu sou apaixonada pela reciclagem e sobrevivo dela. Pago meu aluguel, minha água, minha luz, pago minhas contas em dia e ando de cabeça erguida na rua.”

Para ela, o apoio de Itaipu abre novas perspectivas de vida para os catadores. “Se um dia nós conseguirmos o nosso barracão, será cada vez melhor. Nós pagamos, hoje, R$ 6 mil de aluguel. Esse dinheiro já entraria no nosso salário e poderíamos trazer mais pessoas para a reciclagem”, mencionou.

Além da capacitação e atividades de educação ambiental, o projeto lançado em Maringá vai atuar em outros três eixos: apoio para a elaboração do plano operacional das UVRs; estruturação física das unidades, com investimentos em infraestrutura e equipamentos – como prensas, esteiras, balanças digitais e caminhões para coleta; e monitoramento de indicadores.

Depois de Maringá, estão programadas oficinas em mais cinco núcleos regionais, que vão reunir representantes de 40 municípios: Ibaiti (dia 9 de agosto), Laranjeiras do Sul (dia 15), Paraíso do Norte (16), Rio Branco do Sul (23) e Francisco Beltrão (29).

Programa de Resíduos Sólidos

A Itaipu Binacional desenvolve há mais de 20 anos o Programa de Gestão de Resíduos Sólidos, promovendo inicialmente a coleta seletiva e a inclusão dos catadores de 55 municípios de sua área de atuação.

Além da expansão para mais 50 municípios do Estado, a empresa firmou uma parceria com a Caixa Econômica Federal, também dentro do programa Itaipu Mais que Energia, levando as ações outros para 65 municípios do Paraná e Mato Grosso do Sul.

No total, somando as três iniciativas, os investimentos no setor passam de R$ 278 milhões, atendendo 4,5 mil catadores (que alcançam uma renda média mensal de R$ 1,8 mil) e beneficiando uma população de aproximadamente 3 milhões de pessoas em 170 municípios.

“Esses 170 municípios servirão de modelo para as cidades vizinhas, que conhecerão a eficiência e a inclusão social que as nossas Unidades de Valorização de Resíduos proporcionam. Os próprios municípios também acabarão tomando essa iniciativa, alguns por conta própria, outros apoiados pela Itaipu”, avaliou Enio Verri.

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