Itaipu atinge marca histórica de 3,1 bilhões de MWh produzidos e reforça seu papel estratégico na matriz energética

Hidrelétrica é fundamental para a segurança energética do Brasil e do Paraguai

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Foto: William Brisida/Itaipu Binacional.


Às 18h54 do dia 5 de setembro, a hidrelétrica de Itaipu, usina que mais gerou energia limpa e renovável no planeta, alcançou a marca histórica de 3,1 bilhões de megawatts-hora (MWh) produzidos desde o início de sua operação, em 1984. O feito consolida o protagonismo da binacional na geração de energia limpa e renovável e no desenvolvimento sustentável do Brasil e do Paraguai.

Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, “esse número não é apenas uma estatística. É o reflexo de décadas de trabalho conjunto entre brasileiros e paraguaios, inovação tecnológica e compromisso com o desenvolvimento sustentável”. Ele destaca que a marca de 3,1 bilhões de MWh é resultado da excelência operacional, da engenharia de ponta e da cooperação entre Brasil e Paraguai.

Comparativos

Essa quantidade de energia seria suficiente para abastecer, além do mundo inteiro por 44 dias: o Brasil, por 6 anos e 1 mês; o Paraguai, por 140 anos; o estado de São Paulo, por 22,5 anos; 684 cidades do porte de Curitiba por um ano; ou, também por um ano, mais de 5,2 mil cidades do porte de Foz do Iguaçu.

Em termos práticos, representa um volume capaz de atender a demanda de países inteiros, impulsionar indústrias, iluminar cidades e transformar vidas.

Cronologia

A marca foi atingida um ano e meio após a usina registrar a produção de 3 bilhões de MWh, ocorrida em 10 de março de 2024. Mantido esse ritmo de um ano e meio para cada 100 milhões de MWh, a usina chegará aos 4 bilhões de MWh daqui a 13 anos e meio, no ano de 2039.

Itaipu começou a gerar energia em 5 de maio de 1984. Foram necessários 17 anos para atingir o primeiro bilhão de MWh, marca alcançada em junho de 2001, quando o Brasil enfrentava uma séria crise de racionamento de energia. Onze anos e dois meses depois, a binacional atingia 2 bilhões de MWh; e, passados outros 11 anos e 7 meses, chegou aos 3 bilhões de MWh produzidos.

O diretor técnico executivo, Renato Sacramento, explica que “o ritmo de produção anual da usina vem se alterando, não só devido a alguns anos de baixas afluências em toda a bacia do rio Paraná, mas também em função da mudança da composição da matriz energética brasileira e do perfil da carga do Brasil e do Paraguai, atendida pela usina”.

Sacramento acrescenta que “atualmente, mais importante que a produção em si, é o papel estratégico que hidrelétricas como Itaipu vêm desempenhando para garantir a confiabilidade e a segurança operacional de um sistema elétrico em que, a cada dia, mais fontes renováveis intermitentes entram em operação”.

Mudança de papel, importância ainda maior

Nos últimos anos, o Sistema Interligado Nacional Brasileiro (SIN-BR) tem presenciado uma introdução massiva de usinas eólicas e solares, que são fontes renováveis chamadas intermitentes. A produção delas depende da presença de sol e vento, cuja disponibilidade varia ao longo do dia, a cada instante.

A hidrelétrica é uma fonte que pode ter sua produção controlada instantaneamente, portanto ela permite compensar a variação natural da geração das fontes eólica e solar (e do próprio consumo de energia), funcionando como um “backup” e ajudando, inclusive, a viabilizar a inserção massiva dessas fontes. Como a Itaipu é uma grande hidrelétrica, ela tem uma importante contribuição nesse aspecto, funcionando como uma espécie de “bateria natural” para o sistema elétrico.

Devido à expansão dessas outras fontes, também é possível observar uma mudança no perfil de carga do SIN-BR, com grandes rampas de consumo aos finais de tarde. Em algumas ocasiões, Itaipu contribui com até 30% do atendimento a essas rampas, além de auxiliar nos momentos de variação dessas outras fontes.

Atualização tecnológica

Para manter seus excelentes índices de desempenho, a Itaipu Binacional está conduzindo o mais abrangente plano de atualização tecnológica da central hidrelétrica desde sua entrada em operação. O plano começou a ser executado em maio de 2022 e prevê 14 anos de serviços, com cerca de US$ 670 milhões em investimentos já contratados.

A atualização tecnológica contempla a substituição de diversos sistemas de controle e proteção da usina, dentre eles os das 20 unidades geradoras, da subestação isolada a gás, dos serviços auxiliares da usina, das comportas do vertedouro e da barragem. O processo prevê também a modernização da Subestação da Margem Direita.

A substituição de equipamentos eletromecânicos pesados, como turbina, rotor e estator, não está incluída no plano, já que eles estão em excelentes condições e longe do final da vida útil típica para este tipo de componente.

Energia limpa que move o futuro

Além da impressionante produção, Itaipu se destaca por sua contribuição ambiental: toda a energia gerada é 100% renovável, proveniente da força das águas do Rio Paraná, e a usina investe continuamente em projetos de preservação ambiental, reflorestamento, educação ambiental e apoio às comunidades locais.

Itaipu também investe fortemente na pesquisa relacionada ao desenvolvimento de outras fontes de energia renovável, como o biogás, o hidrogênio verde, combustíveis sustentáveis para avião, além de estar implantando em seu reservatório o projeto piloto de uma planta solar flutuante com capacidade instalada de 1 MWpico.

Com a marca de 3,1 bilhões de MWh gerados, a usina reafirma seu compromisso com um futuro energético mais limpo, seguro e sustentável.

A Itaipu Binacional

Criada e regida pelo Tratado de Itaipu, assinado pelos governos do Brasil e do Paraguai em 26 de abril de 1973, a Itaipu é uma entidade binacional responsável por construir e operar a usina hidrelétrica. A usina, localizada no Rio Paraná, na fronteira entre os dois países, possui 20 unidades geradoras com capacidade de 700 MW cada uma, totalizando 14.000 MW de potência instalada.


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