Ocorrências cresceram em 2021 e risco deve permanecer elevado até o final da primavera.
A estiagem persistente em 2021, combinada com as fortes geadas ocorridas em julho e agosto, agravou as condições de fragilidade da vegetação, aumentando a probabilidade de ocorrência de fogo. Somente neste ano, a Brigada Florestal da margem brasileira da Itaipu, composta por 16 empregados da Diretoria de Coordenação e 27 terceirizados, já atendeu a treze ocorrências nas áreas protegidas.
As equipes próprias lotadas nos escritórios de Foz do Iguaçu, Santa Helena e Guaíra, bombeiros militares e defesa civil têm se esforçado para conter os prejuízos. No último mês de junho, inclusive, a Itaipu adquiriu equipamentos (seis kits que transformam picapes em veículos de combate a incêndios) para agilizar o atendimento.
Além disso, a Itaipu está reforçando sua estrutura de enfrentamento de focos de incêndio por meio dos convênios de prestação de serviços terceirizados nas áreas protegidas, que, além das atividades de manutenção que já eram realizadas, como o plantio de mudas, coleta de dados e monitoramento, passam a incluir também o combate ao fogo.
Até o mês de agosto, a área queimada em 2021 somou cerca de trinta campos de futebol e representa 26% da área queimada em 2020, indicando que o ano de 2021 será tão difícil quanto o anterior.
Em agosto, a brigada florestal também atuou com uma equipe terceirizada e três técnicos de campo em apoio aos bombeiros da Quarta Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil (4ª Corpdec) no controle de um incêndio de grandes proporções em área de difícil acesso no município de Mercedes.
O vento forte direcionou o fogo para a Faixa de Proteção do Reservatório e as equipes da brigada florestal atuaram com ações de combate direto e sobrevoo com drone para monitoramento do comportamento do fogo e planejamento de atividades, buscando evitar que o incêndio atingisse áreas de Itaipu. Felizmente, esses esforços tiveram sucesso.
Em outra frente de atuação, as equipes dos bombeiros da Itaipu e da segurança empresarial se dedicam, dia e noite, a proteger áreas sob as linhas de transmissão de 500 kV e já atenderam a 57 ocorrências no ano até agosto. Por essas linhas passam cerca de 11% da energia que abastece o Brasil e um desligamento intempestivo por fogo, além de ocasionar a interrupção do fornecimento de energia, pode por sua vez trazer consequências muito graves para o sistema elétrico nacional que é interligado.
A magnitude desses incêndios sob as linhas de transmissão é agravada em razão de descartes irregulares de lixo e de diversos materiais de fácil combustão. A Itaipu tem executado ações preventivas por meio da distribuição de folhetos educativos, orientando a comunidade quanto ao correto descarte de lixo e constante remoção desses materiais sob as linhas.
Infelizmente, as previsões meteorológicas indicam que a condição continuará favorável para a ocorrência de incêndios até o fim da primavera, quando é esperado um volume de chuva maior. O índice do risco de fogo disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nesta quinta-feira (9), aponta que a situação continua crítica, com níveis altos de risco da ocorrência de incêndios na região oeste do Paraná e cercanias.
Neste momento crítico, a orientação para a população é não acender fogueira junto a áreas de floresta e sob linhas de transmissão de energia elétrica, seja para queima de resíduos vegetais, limpeza de terreno, acampamentos de pesca, ou outros fins. Além disso, cuidar com o descarte de bitucas de cigarros e evitar ações que produzam calor excessivo (fagulhas, centelhas, chamas etc).
Em caso de incêndio ou situação de risco nas áreas protegidas da Itaipu Binacional, a orientação é entrar em contato imediatamente pelo telefone 0800 645 2002, diretamente com os técnicos de campo da Itaipu, ou informar os escritórios de Foz do Iguaçu, Santa Helena e Guaíra.