Itaipu será auditada pela primeira vez por órgãos externos de controle do Brasil e Paraguai

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Acordo foi chancelado pelos diretores-gerais dos dois países a última semana

As contas da Itaipu Binacional serão auditadas, pela primeira vez na história, por técnicos de órgãos de controle do Brasil e do Paraguai. A Comissão Binacional de Contas será coordenada pelos ministérios de relações exteriores (MRE) de ambos os países.

O acordo foi chancelado pelos dois diretores-gerais da hidrelétrica – general Joaquim Silva e Luna (brasileiro) e Ernst Bergen (paraguaio). As informações são de Ronildo Pimentel, no Gazeta Diário.

A iniciativa, definida na última quinta-feira (22), é um ato em apoio as chancelarias do Brasil e do Paraguai, para que a empresa seja fiscalizada por controle externo.

A Diretoria Executiva defendeu a retomada das tratativas para a criação da Comissão Binacional de Contas, mediante Acordo de Notas Reversais, a ser conduzido por esses ministérios.

As tratativas para a criação da comissão haviam começado em 2015 por iniciativa do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Em 2017, houve a primeira reunião para debater o tema.

Agora, o assunto voltou a ser discutido com prioridade seguindo as premissas básicas da boa gestão pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, ressalta o general Silva e Luna.

De acordo com o diretor-geral brasileiro, essa iniciativa “demonstra que a atual gestão de Itaipu está buscando ser cada vez mais transparente, atendendo o que sociedade espera”, informa a Superintendência de Comunicação da empresa.

Diferenciada
A Itaipu possui natureza jurídica diferenciada por se tratar de uma empresa juridicamente internacional, emergente no campo do direito internacional público e constituída por Tratado firmado entre a República Federativa do Brasil e a República do Paraguai.

Entidade criada por dois países soberanos, à Itaipu se aplica regramento jurídico especial, fundamentado no princípio da binacionalidade, com absoluta igualdade em seus processos decisórios.

De acordo com a ata, “não por outro motivo, a gestão dos recursos e do território da Empresa é realizada de forma conjunta e paritária entre brasileiros e paraguaios, havendo um verdadeiro condomínio de partes iguais e ideais entre os países”.

Nesse sentido, o planejamento, o orçamento, a contabilidade, as contas e o patrimônio da Itaipu sempre foram administrados de maneira comum e bem-sucedida pelos empregados das duas margens, com procedimentos de auditoria interna e auditoria binacional externa.

Transparência
Ainda segundo a ata, “com a intenção de avançar no processo de aperfeiçoamento e de transparência na gestão, a Diretoria Executiva da Itaipu acredita ser relevante contar também com um mecanismo de fiscalização externo”.

Esse controle, de forma independente e respeitando o princípio da binacionalidade e o Tratado de Itaipu, auxiliaria os dois países na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da empresa quanto aos aspectos da legalidade, da legitimidade e da economicidade de seus atos.

Como é hoje
Atualmente, as contas de Itaipu já são auditadas conjuntamente por empresas do Brasil e do Paraguai. O resultado dessas auditorias, que são anuais, é comunicado à diretoria executiva de Itaipu e ao Conselho de Administração – que, com base nos relatórios e em eventuais recomendações, podem determinar providências. Todos esses balanços estão disponíveis no site da empresa.

Outros mecanismos de controle de Itaipu são a atuação da própria Eletrobras e da Ande, que dão pareceres prévios e têm representantes no Conselho de Administração; pelos governos do Brasil e do Paraguai, que nomeiam diretores e conselheiros da binacional; e pelo Ministério de Relações Exteriores dos dois países, que indicam representantes no Conselho de Administração.

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