JamCam chega a maturidade com histórias cada vez mais diversas

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Mais de oito mil escoteiros de 21 países estão em Foz do Iguaçu para o JamCam 2020

O maior encontro de escoteiros do continente americano, aberto sábado (04) em Foz do Iguaçu, marca os 55 anos da primeira mobilização, reunindo histórias cada vez mais diversas.

Em 1965 a Região Escoteira Interamericana lançou, no Rio de Janeiro, o embrião que deu origem ao JamCam (Jamboree Scout Interamericano), evento a cada quatro anos e que está na 16ª edição, agregando o Camporee Scout Interamericano, na 3ª edição, informa Ronildo Pimentel, no GDia.

E é esta diversidade de histórias que está desfilando no Centro Internacional de Convenções, onde estão espalhadas as barracas que abrigam mais de oito mil escoteiros de 21 diferentes países.

Uma destas personagens, revelada pela equipe de comunicação do evento, é Julia Ribeiro, do Grupo Escoteiro Curumirim de São Paulo, que passou por um procedimento cirúrgico há dois meses.

“Tudo bem, mas eu vou poder acampar?”, contou ela ao lembrar da primeira reação ao ser comunicada que não poderia mais adiar a cirurgia. Diretora jovem da região de São Paulo e com 23 anos, Julia tinha um problema de cartilagem solidificada entre os ossos dos pés desde criança, e por isso precisaria operar.

“Se eu não pudesse participar do evento, iria cancelar a cirurgia. Claro que ia sentir dor, mas sei que valeria a pena”, relatou ela, que é escoteira há 12 anos e sempre sentiu dores nos pés após atividades físicas, em função da artrose nos dois tornozelos.

Barreiras superadas
Para poder participar do acampamento em Foz do Iguaçu, Julia precisou de um andador, cadeira de rodas e da ajuda dos amigos. Os desafios são diversos: se locomover pelo campo, tomar banho e até entrar na barraca. “Estou me sentindo muito querida, todos ajudam muito”.

“Alguns amigos até mudaram a rotina e os planos do dia só para me acompanhar no evento e garantir que esteja tudo bem comigo”, conta a jovem. O primeiro desafio para chegar no JamCam foi convencer a mãe, que achou a ideia de acampar operada uma loucura, disse.

Família escoteira
História parecida de muita união e fraternidade vive Acacio e sua família que, com muita dedicação, enfrentou as dificuldades para chegar em Foz do Iguaçu. Tudo estaria pronto se não fosse seu desligamento inesperado das enfermarias onde trabalhava. Era com a renda dele e da esposa, Claudia Guimarães, que a viagem de carro estava planejada.

O grupo iria percorrer mais de 2,2 mil quilômetros de Vitória da Conquista até Foz do Iguaçu. Com a demissão, Acacio não conseguiria chegar de carro, nem adquirir passagens aéreas da Bahia, que estavam muito caras. Naquele momento, a família tinha desistido de ir ao seu primeiro acampamento internacional.

Mas foi de um dos hobbies e da experiência de mais de 40 anos de escotismo que Acacio teve sua inspiração: divulgou nas redes sociais que venderia sua coleção de distintivos para conseguir participar do evento. A ideia foi um sucesso, e mais de 90% da sua coleção foi vendida.

“Me desfazer do bem material não foi tão difícil, meu propósito maior era a felicidade da minha família”, contou Acacio. Claudia também estava decidida a ajudar com a renda: trabalharia 3 em outra cidade para conseguir mais dinheiro para o evento. No final, a solidariedade falou mais alto e Acacio e Claudia e os filhos Sofia e João, todos do 81 Grupo Escoteiro Impisa, puderam viajar.

Voluntariado
A solidariedade é um dos fatores que une os escoteiros. No 12º JamCam não está sendo diferente. A mobilização, até o domingo (12), tem a participação ativa de voluntários em diversas funções, garantindo o sucesso do acampamento.

O JamCam conta com fisioterapeutas, dentistas, psicólogos, socorristas, engenheiros, fotógrafos, seguranças, entre outros, todos voluntários. No site do JamCam é possível conhecer um pouco da históira de alguns deles e ver tudo da programação do acampamento.

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