A estiagem ao longo da bacia hidrográfica do rio Paraná tem prejudicado o escoamento da safra de grãos do Paraguai, abaixo da barragem da Itaipu. De acordo com estimativas da Câmara de Exportadores, aproximadamente R$ 2 bilhões em produtos estão “parados” em barcaças ou silos devido as dificuldades de navegação. No ano passado, a binacional realizou duas operações especiais para ajudar no transporte fluvial.
De acordo com o boletim hidrológico da Itaipu, o nível do rio Paraná está aproximadamente 5 metros abaixo da média registrada em 2020. Isso tem prejudicado o escoamento da safra de grãos paraguaia, já que é o único acesso que o país vizinho tem pela água até o Oceano Atlântico.
A cota normal do rio Paraná a jusante da barragem é de 105,59 metros acima do nível do mar. Às 7h da manhã deste domingo (09), o índice medido na estação da Ponte Internacional da Amizade, era de 92,61 metros acima do nível médio da superfície do mar.
Carga parada
A Câmara de Exportadores do Paraguai estima que são aproximadamente R$ 2 bilhões em mercadorias paradas devido as dificuldades de navegação pelo rio Paraná até o Atlântico. “Os portos estão todos lotados, não tem espaço de giro neles”, disse ao G1 Hugo Pastores, gerente da entidade.
Mais de 150 mil toneladas de grãos foram guardadas em barcaças no Rio Paraná nos últimos dias pela dificuldade de transporte. Outras 600 mil toneladas estão em silos sem qualquer previsão de transporte, informam os produtores paraguaios. Para que as barcaças se movam e a produção chegue aos portos, o nível do rio precisa subir.
Mesmo sem chuva, isso pode ser possível. Na última semana, produtores e transportadores paraguaios se uniram para pedir às autoridades que a usina de Itaipu libere mais água do reservatório.
No Brasil, o Itamaraty informou que está examinando o pedido do Ministério das Relações Exteriores do Paraguai. Uma solicitação também foi feita à direção da usina de Yacyretá, de propriedade do Paraguai e da Argentina, que também fica no Rio Paraná.
As informações são de GDia