Pouco mais de 23,8 mil pessoas cruzaram a fronteira desde que o governo federal da Argentina autorizou a entrada no país, como um teste-piloto na Ponte Internacional Tancredo Neves, que une Puerto Iguazú e Foz do Iguaçu. A burocracia e demora na liberação, aliado ao alto custo nos testes de detecção do coronavírus (covid-19), estão entre os empecilhos apontados pelos brasileiros que desejam ir até o país vizinho.
O trânsito vicinal pela Ponte Tancredo Neves foi aberto em 27 de setembro, antecipando a programação prevista para 1º de outubro. Nesta fase experimental, de acordo com portaria dos dois países, o ingresso é autorizado apenas para moradores de Puerto Iguazú e de Foz do Iguaçu. A previsão é que o ingresso seja facilitado para turistas de outras regiões em 1º de novembro.
Desde a abertura até o final da manhã desta segunda-feira (18), 23.847 pessoas cruzaram a fronteira, informa o portal LaVozDeCataratas. Não foi divulgada uma estimativa da origem daqueles que passaram pelo local, mas a expectativa é que quase a totalidade sejam argentinos de Puerto Iguazú, uma vez que eles não enfrentam burocracia, apesar de terem autorização para permanecer apenas 24 no Brasil.
E é exatamente esta burocracia que tem afugentado os iguaçuenses de irem até o município do outro lado do rio Iguaçu. Para isso, é necessário fazer o download de uma Declaração Completa, disponível no site do Governo (migraciones.gob.ar) e anexar o resultado do exame RT-PCR negativo (com validade de até 72 horas), e o comprovante da vacinação que pode ser obtido no aplicativo Conecte Sus.
Desistência
Mas a maioria dos brasileiros chega à aduana argentina sem a documentação exigida e reclamando do preço do exame que, aqui no Brasil chega a custar R$ 280 reais em um laboratório particular. Além disso, depois de apresentar a documentação na aduana, os visitantes ainda passam por um novo teste, que é gratuito para os moradores de Foz do Iguaçu.
Mas nem isso tem animado os vizinhos a irem para a Argentina. Tanto que o governador da província de Misiones, Oscar Herrera Ahuad, pediu ao governo Federal que elimine a exigência do exame de RT-PCR de origem para turistas que entram pela Ponte Tancredo Neves.
A província já eliminou o custo do teste de antígeno que os estrangeiros que entram em Iguazú devem realizar e instalou WiFi na aduana. A intenção é possibilitar as pessoas para baixar a documentação e preencher a declaração, mas de acordo com alguns visitantes que fizeram o procedimento, a rede de internet funciona apenas em um setor e tem conectividade muito baixa.
Procedimento
Para entrar na Argentina é preciso ter completado o esquema de vacinação pelo menos 14 dias antes da admissão; comprovar o teste de RT-PCT negativo realizado nas 72 horas anteriores à entrada; fazer o teste de antígeno ao entrar no país; e apresentar a Declaração Juramentada já preenchida.
Para menores de idade, sem esquema de vacinação, valem as mesmas exigências com exceção do comprovante de imunização. As crianças devem realizar isolamento e novo exame entre o quinto e o sétimo dia, a partir da chegada na Argentina.
As pessoas vacinadas com esquema completo e que apresentarem resultados negativos nos testes ficarão isentas de quarentena, mas deverão ser submetidas a novo exame entre o quinto e o sétimo dia após a chegada ao país.
As informações são de GDia