Para denunciar a violência de gênero e exigir direitos, como a igualdade salarial, a Marcha das Mulheres em Foz do Iguaçu acontece nesta sexta-feira, 8, com concentração no Bosque Guarani às 17h. A mobilização vai homenagear sete vítimas de feminicídio na cidade em 2023.
Em Foz do Iguaçu, no ano passado, foram 6.887 registros criminais em que as vítimas são mulheres, 19 ocorrências todos os dias. Ocorreram sete feminicídios e outras sete tentativas desse crime hediondo. Os dados oficiais confirmam 2.173 atos de violência doméstica contra mulheres.
A Marcha das Mulheres reivindica políticas públicas de saúde para a mulher, maior presença feminina na política e nas instâncias de decisão. A mobilização pelo Dia Internacional da Mulher também pede paz, já que mulheres e crianças são as principais vítimas de massacres em conflitos que acontecem no mundo, como na região da Palestina.
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Organizada por 30 entidades sindicais, estudantis, coletivos, conselhos, instituições públicas e movimentos sociais, a Marcha das Mulheres irá percorrer as principais vias do centro. Ato público na Praça da Paz, ao término na passeata, garantirá a fala de lideranças e apresentações culturais.
A professora Madalena Ames, uma das organizadoras da Marcha das Mulheres em Foz do Iguaçu, destaca a importância da participação. “Nós, mulheres, convidamos o conjunto da sociedade para chamar atenção para o fim de todas as formas de violências e por direitos. E rememoramos o significado e legado do 8 de março, que é de reivindicação e luta”, expõe.
Coordenadora do Observatório de Gênero e Diversidade na América Latina e Caribe da Unila, Cleusa Gomes faz um resgate do simbolismo da data. Ela lembra que mulheres foram reprimidas e mortas em diversos momentos da história, quando apenas cobravam melhores condições de trabalho e de vida.
“Logo, marchar nesse dia é manter acesa e na memória todas as lutas das mulheres por mais dignidade, pelo fim das violências de gênero e dos feminicídios. E pelas vidas das mulheres em todos os espaços”, frisa Cleusa. A pesquisadora e docente reforça a importância da participação de todas as pessoas.
A presença da sociedade na Marcha das Mulheres também é destacada pela coordenadora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), Kiara Heck.
“A participação da comunidade é importante para trazer as mais diversas pautas para as ruas, como a das mulheres em situação de violência e as mulheres palestinas”, enfatiza.
História que inspira o presente
O dia 8 de março se tornou símbolo de reivindicações e homenagens por conta de movimentos históricos protagonizados pelas mulheres, como a greve das tecelãs russas e o incêndio em uma fábrica têxtil em Nova York, nos Estados Unidos, em 1857, onde 129 mulheres morreram carbonizadas por lutar por melhores condições de trabalho.
A data mobiliza contra as desigualdades, discriminações e violências de gênero em todo o mundo.
O 8 de Março está enquadrado nas aspirações das mulheres por garantias fundamentais, ao longo dos anos, como o voto feminino e a eliminação do patriarcado e do machismo. Pela história, inspira mulheres na busca diária e em todos os espaços a fazer valer seus direitos.