Média de idade de infectados pelo coronavírus cai para 57 anos, diz Fiocruz

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Nova média é de 14 a menos do que no início do ano

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmaram, no início da noite de hoje, que o processo de “rejuvenescimento da pandemia” avançou e que a idade média de infectados pelo novo coronavírus caiu para 57 anos, enquanto a de vítimas fatais é, agora, de 64 anos. O fenômeno já havia sido identificado em boletins nas semanas passadas: adultos jovens e de meia-idade representam parcela cada vez maior dos pacientes em enfermarias e unidades de terapia intensiva.

Dados reunidos no Boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz também indicam “ligeira queda” no número de casos e óbitos por covid-19 e das incidências de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) entre 18 de abril e 1º de maio. Apesar das quedas, os indicadores ainda permanecem em níveis considerados “muito altos”.

O levantamento contempla as duas semanas epidemiológicas entre os dias 18 de abril e 1º de maio. A Fiocruz destaca a “alta proporção de testes com resultados positivos para covid-19, bem como a manutenção da sobrecarga de todo o sistema de saúde”.

Segundo os pesquisadores, a semana epidemiológica 16, no fim de abril, apresentava idade média dos casos internados de 57 anos, versus idade média de 63 anos na semana 1, a primeira do ano. Para óbito, os valores médios foram 71 anos no início do ano e 64 anos agora. “Há deslocamento da curva em direção a faixas etárias mais jovens”, afirma a Fiocruz. A queda nas idades médias é resultado do avanço da vacinação de idosos.

Ainda assim, houve um aumento global de casos significativo para todas as idades no período: 483,1%. Algumas faixas etárias mantiveram aumento ainda maior: 622,7% para pessoas entre 20 e 29 anos; 892,1% entre 30 e 39 anos; 955,9% até 49 anos; 875,4% até 59 anos e 585,9% até 69 anos. Para os óbitos, o aumento global entre as mesmas semanas foi de 259,1%. As mesmas faixas etárias sofreram aumentos significativos, acima de 379%.

Essas estatísticas apontam que a pandemia se mantém num “patamar crítico de transmissão” alcançado a partir de março de 2021. “A ligeira redução de casos e óbitos por covid-19 não significa que o país tenha saído de uma situação crítica, pois as médias diárias de 59 mil casos e de 2,5 mil óbitos nestas duas semanas epidemiológicas se encontram em patamares muito elevados. Além disso, os altos níveis para SRAG e casos de covid-19 significam uma elevada demanda para o sistema de saúde, com consequências na taxa de ocupação de leitos”, anotam os pesquisadores da Fiocruz.

“Somente com a redução sustentada por algumas semanas, associada à aceleração da campanha de vacinação e à intensificação de ações de distanciamento físico e social, combinadas com proteção social, será possível alcançar a queda sustentada da transmissão e a redução da demanda pelos serviços de saúde”, continuam.

Sobre a ocupação de leitos de UTI por infectados pelo vírus, após muitas semanas em situação muito crítica, as taxas começam a dar sinais de melhora, “embora ainda longe de indicar quadro tranquilo”.

Entre 26 de abril e 3 de maio, oito Estados e o Distrito Federal tinham taxas de ocupação superiores a 90%: Piauí (92%), Ceará (97%), Rio Grande do Norte (94%), Pernambuco (97%), Sergipe (99%), Paraná (92%), Santa Catarina (92%), Mato Grosso do Sul (101%) e Distrito Federal (91%).

Oito Estados apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI para covid-19 para adultos entre 80% e 89%: Rondônia (89%), Tocantins (88%), Bahia (80%), Minas Gerais (83%), Espírito Santo (86%), Rio de Janeiro (86%), Mato Grosso (88%) e Goiás (82%). Oito estados estão na zona de alerta intermediário (entre 60% e 80%): Acre (77%), Amazonas (63%), Pará (72%), Amapá (69%), Maranhão (73%), Alagoas (75%), São Paulo (78%) e Rio Grande do Sul (78%).

Por fim, dois Estados estão fora da zona de alerta: Roraima (44%) e Paraíba (55%).

As informações são de Valor Investe

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