Ministério da Saúde confirma implantação do método “Wolbachia” em Foz do Iguaçu

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Metodologia inovadora ajuda a reduzir as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A cidade de Niterói é pioneira neste processo e zerou os casos de dengue

Foz do Iguaçu deve receber ainda este ano a implantação da metodologia Wolbachia, uma bactéria que ao ser inserida em mosquitos Aedes aegypti inibe também a transmissão de zika, chikungunya e febre amarela. A boa notícia é resultado da participação do prefeito Chico Brasileiro durante uma reunião da Frente Nacional de Prefeitos, realizada nesta quinta-feira (12), em Florianópolis.

“Durante a reunião, que reuniu cerca de 100 prefeitos do Brasil, temas como a Reforma Tributária, o Fundeb, Coronavírus e dengue foram debatidos. Aproveitamos para reivindicar ao Ministério da Saúde a implantação da metodologia Wolbachia e tivemos a confirmação de representantes do Governo Federal que Foz do Iguaçu está inserida nas próximas etapas do projeto”, afirmou o chefe do executivo.

A metodologia conduzida pela Fiocruz já é utilizada em outras cidades do país, como Niterói (RJ), pioneira da nova técnica. A cidade carioca conseguiu reverter um histórico marcado por graves epidemias para praticamente a erradicação da doença.

“O experimento tem dado um grande resultado. O Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, um dos participantes do encontro, apontou que o município sempre teve grandes epidemias e este ano não registrou nenhum caso de dengue. Eles atribuem isso ao Wolbachia, que é exatamente um mosquito do bem, um antídoto do Aedes”, completou Brasileiro.

Consolidação

A confirmação consolida as articulações feitas pela Secretaria Municipal de Saúde, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) junto ao Ministério da Saúde para implantação do programa. Na próxima semana, uma equipe do Ministério da Saúde virá para Foz para estabelecer as definições e estratégias para a implantação do programa. No dia 18 a reunião acontecerá no CCZ e no dia 19 na Itaipu Binacional, parceira da implantação do programa.

De acordo com o vice-prefeito e secretário de saúde Nilton Bobato, a metodologia acena para importantes impactos na gestão da saúde pública.  “A dengue é um das doenças que mobiliza a gestão pública da saúde todos os anos e impacta significativamente no orçamento do município. Somente em custos hospitalares e ambulatoriais, estima-se, do período de agosto até agora, uma despesa de R$ 12 milhões. Se conseguirmos vencer a doença, esses recursos podem ser aplicados para ampliar as políticas de promoção à saúde”, esclareceu.

O que é?

A Wolbachia é um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza. Ela foi inserida em ovos de Aedes aegypti na Universidade de Monash, na Austrália, onde se identificou que, uma vez presente nestes mosquitos, a capacidade de transmissão das doenças fica reduzida. O método é seguro para as pessoas e para o ambiente, pois a Wolbachia vive apenas dentro das células dos insetos.

O objetivo de liberar mosquitos com Wolbachia na natureza é fazer com que eles se reproduzam e criem uma nova população de mosquitos que carregam a Wolbachia. Essa nova população, portanto, será inofensiva para os seres humanos. As picadas pelas fêmeas continuam acontecendo normalmente, mas não há transmissão de vírus.

AQUI para ler mais sobre o tema

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