Ministro da Saúde diz acreditar que ainda não é momento de fechar as fronteiras aéreas e terrestres

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Nos últimos dias, países como os Estados Unidos e da Europa restringiram o acesso de estrangeiros

BRASÍLIA – O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta segunda-feira acreditar que ainda não é o momento para o Brasil fechar suas fronteiras para evitar o aumento de casos do novo coronavírus., informa O Globo.

— Se for partir, primeiro, para vamos fechar tudo, tranca todo mundo, sai todo mundo correndo… não! Calma. Vamos tomar as medidas de acordo com o que foi planejado. Primeiro a gente tem que saber se o tráfego de aeronaves é um componente de formação (de novos casos) — afirmou o ministro após reunião realizada no Supremo Tribunal Federal.

— Acho que a gente precisa ver a eficácia de ações. Vamos manter os voos abertos ou fechados. O que a gente ganha? Qual o balanço? O que a gente tem de vantagem e o que a gente tem de desvantagem? — disse o ministro sobre o assunto.

Nos últimos dias, países como os Estados Unidos e da Europa restringiram o acesso de estrangeiros e implementaram medidas para controlar o fluxo de aeronaves. 

Além de Toffoli e Mandetta, participaram da reunião os ministros do STF, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Gilmar Mendes e Roberto Barroso, os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o advogado-geral da União, André Mendonça.

A reunião foi feita a portas fechadas. Ela começou com uma apresentação dos dados atualizados sobre os casos de covid-19 no Brasil feita por Mandetta. 

Mandetta disse que, apesar de acreditar que o momento não é para fechar as fronteiras, ele demonstrou preocupação com a situação da fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Ele criticou a falta de informações oriundas do governo venezuelano.

– A gente não tem nenhuma informação que gere qualquer credibilidade. Por mais difícil que seja (se comunicar) com o Paraguai, com a Bolívia, mas eu consigo pegar o telefone e conversar com os ministros da Saúde desses países e conseguir informações minimamente qualificada. Com a Venezuela, tem um vazio. Ali, do ponto de vista de saúde, é uma fronteira que eu recomendo que a gente faça restrição – afirmou.

Na entrevista coletiva, Mandetta evitou comentar o comportamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante as manifestações realizadas no domingo. Bolsonaro saiu do isolamento ao qual vinha sendo submetido e cumprimentou manifestantes nas ruas de Brasília. 
O grupo protestava a favor do governo e contra instituições como o STF e o Congresso Nacional.

A postura de Bolsonaro foi criticada porque ele teve contato com pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus, como o secretário de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten. Bolsonaro anunciou que seu teste para a doença deu negativo. Rodrigo Maia classificou a atitude de Bolsonaro como um “atentado à saúde pública”. Davi Alcolumbre também criticou a postura do presidente em relação às manifestações.

Questionado sobre o assunto Mandetta se esquivou.

– Vocês estão todos focando e apontando ali, eu acho que o presidente teve sua passagem que vocês podem questionar. Agora, a praia estava superlotada no Rio de Janeiro. Os bares do Leblon, que eu os conheço… tenho amigos que mandaram fotos brindando (de lá) – rebateu Mandetta.

O segundo a falar na entrevista coletiva foi Dias Toffoli. Indagado sobre a a ausência de Bolsonaro na reunião, Toffoli disse que o Executivo estava representado pelo ministro Mandetta.

Toffoli disse que as sessões presenciais do STF previstas para as próximas semanas estão mantidas. Ele disse ainda que a equipe de tecnologia do tribunal está estudando formas de ampliar o alcance dos julgamentos realizados pelo chamado plenário virtual, no qual os julgamentos são realizados de forma remota. Toffoli disse que, apesar de alguns ministros terem mais de 60 anos de idade, as medidas de segurança para evitar a expansão da doença estão sendo respeitadas.

Indagado sobre a ausência de Bolsonaro na reunião, Toffoli disse que o Executivo estava representado por Mandetta. 

– O Executivo estava presente no seu ministro da Saúde. O presidente Bolsonaro está o tempo todo com o ministro da Saúde – justificou Toffoli.

Toffoli evitou responder sobre a participação de Bolsonaro nos protestos do domingo, nos quais manifestantes traziam faixas pedindo o fechamento do Congresso Nacional e do STF.

– Essas manifestações de ontem não foram pauta da reunião de hoje […] Eu estou aqui para falar da reunião – disse Toffoli.

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