Moradores pedem negociação direta na venda de casas da Itaipu

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Com faixas e camisetas, moradores manifestaram desaprovação pelo leilão

A Itaipu Binacional anunciou na última sexta-feira (2) que leiloará, até o fim de 2021, 17 imóveis no bairro Vila A. O certame ainda não tem data definida, mas será aberto para empresas e pessoas físicas. A decisão desagradou bastante os moradores da região, que pedem prioridade e negociação direta na aquisição das residências.

Para chamar a atenção das autoridades, os residentes realizaram uma carreata na manhã de sábado (3). Cerca de 300 veículos participaram da mobilização que ocorreu de forma pacífica. Com faixas e camisetas marcadas pela frase “leilão não!”, os moradores percorreram algumas das principais vias da Vila A.

Conforme os moradores, antes de 2019 a Itaipu negociou a venda de 1,3 mil casas do bairro de forma direta. Eles acreditam que este modelo é melhor, com preços mais baratos que o leilão pode chegar. Além disso, muitos residentes alegam que investiram em reformas nas casas ao longo dos anos e questionam o fato de não serem ressarcidos no certame.

“Há mais de 20 anos esperamos a venda desses imóveis. Nós não aceitamos o leilão porque para as outras instituições foram feitas vendas diretas. O leilão só vai facilitar para os grandes empresários da cidade que estão de olho nos imóveis da Vila A. Tem muitos que querem arrematar ruas e quadras inteiras para fazer construção e nós não temos condições de cobrir esses lances”, contou a advogada e presidente da Associação dos Moradores Interessados na Aquisição dos Imóveis da Vila A (AMIVA), Sônia Januário.

Além de considerar o leilão injusto, os moradores também alegam descontentamento com a demora que a ação provocará. Isso porque neste primeiro momento serão leiloados apenas os imóveis desocupados, servindo como base para um segundo leilão onde ocorrerá a venda de 860 casas ocupadas.

“Já faz anos que aguardamos essa negociação. Agora com o leilão fomos informados que pode levar mais três ou quatro anos para que saia a venda das nossas casas. Não é justo, porque seguimos pagando as mensalidades. Eu, por exemplo, já moro na minha residência há 23 anos e estou a todo este tempo esperando para comprá-la. É uma espera agoniante”, ressaltou Sônia.

Desmobilização

Os imóveis em discussão pertencem a um rol de mais de 9 mil moradias, construídas entre 1975 e 1978, nas margens brasileira e paraguaia, para abrigar as pessoas que trabalharam na construção da Itaipu.

Como as residências já cumpriram a função e esse patrimônio não é mais necessário para a binacional, aos poucos ele está sendo desmobilizado. Desde 2004 até o momento, foram alienados 1.313 imóveis residenciais localizados nos conjuntos habitacionais A e B.

Ainda restam 993 imóveis para alienação. Os 17 que serão leiloados neste ano integram este grupo. Outras 860 casas habitadas aguardam os estudos a partir do ano que vem. As 116 restantes são ocupadas por órgãos públicos e também passarão por análise.

As informações são de GDia.

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