MP aguarda laudos das câmeras e de celular para concluir investigação da morte de Marcelo Arruda

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O Ministério Público do Paraná (MPPR) aguarda a conclusão de outros dois laudos periciais para concluir a investigação do homicídio do guarda municipal Marcelo Aloízio de Arruda em Foz do Iguaçu. A vítima, que comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa temática ao ex-presidente Lula e ao PT, morreu ao ser alvejado pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, simpatizante do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O crime, na noite do dia 9 de julho (sábado), foi praticado por motivo fútil em face de “preferências político-partidárias antagônicas”, afirmam os promotores Luis Marcelo Mafra Bernardes da Silva e Tiago Lisboa Mendonça, na denúncia aceita pelo Tribunal de Justiça (TJPR). Guaranho chegou ao local com música alta enaltecendo Bolsonaro e gritando “O mito chegou e o Brasil acordou”.

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Marcelo Arruda, que não conhecia o atirador, era tesoureiro do diretório municipal do PT e da diretoria do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz (Sismufi). Na denúncia aceita pelo Tribunal de Justiça (TJPR), o MPPR disse entender que a conduta do policial penal não feriu o estado democrático de direito, mas atentou contra a vida da vítima. As informações são de GDia

Guaranho chegou ao local, como mostram imagens do monitoramento interno, acompanhado da esposa e um bebê de três meses no banco de trás do veículo. Ao ser informado se tratar de uma festa privada, discutiu com os presentes e saiu, dizendo que voltaria “para matar todos”, segundo as testemunhas.

Em seguida o policial penal retornou ao local, desceu do carro, sacou a pistola e fez os primeiros disparos do lado de fora do salão de festas. Marcelo Arruda reagiu e, mesmo do chão, conseguiu alvejar o policial penal. A vítima, que chegou a ser socorrida com vida, deixou esposa e quatro filhos, sendo uma menina de seis anos e um bebê de apenas um mês.

Conclusão

Um dos laudos aguardados pelo MPPR é o das imagens captadas pelo sistema interno, do momento do crime. A intenção é identificar, com leitura labial, e confirmar o que disseram os envolvidos nos depoimentos que investiga o homicídio do ex-dirigente petista de Foz do Iguaçu.

O outro laudo deve mostrar as informações do celular de Guaranho, que pode revelar com quem ele conversou e se o crime foi pensando com antecedência. A intenção é saber se ele já tinha conhecimento de tudo antes de chegar no quiosque da entidade que é sócio e já foi diretor. Testemunhas confirmaram que ele viu a festa em tempo real pelo monitoramento.

Tiros disparados

Durante a semana, o Instituto de Criminalística do Paraná divulgou um laudo mostrando quantos tiros foram disparados naquela noite. Jorge Guaranho atirou três vezes contra Marcelo Arruda, que revidou com 13 tiros. O laudo descartou que Marcelo Arruda tenha atirado pedra no carro do policial penal.

Segundo o último boletim médico, o agente penal segue internado estável em um quarto de enfermaria do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu. Em entrevista na última semana, os promotores informaram que, assim que o réu tiver alta, será conduzido ao cárcere. Ele poderá pegar de 12 a 30 anos de reclusão.

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