do MPPR
O Ministério Público do Paraná manifestou-se contrariamente ao Projeto de Lei 984/2019, atualmente em trâmite no Congresso Nacional, que pretende autorizar a extinta Estrada do Colono no trecho de 18 quilômetros que passava dentro do Parque Nacional do Iguaçu, entre os municípios de Serranópolis do Iguaçu e Capanema.
MPF diz que não faz sentido gastar R$ 50 milhões para reabrir Estrada do Colono
Em nota técnica enviada ao relator do PL, o deputado federal Hugo Leal Melo da Silva, a instituição alerta para a inconstitucionalidade do projeto e os efeitos negativos de sua eventual aprovação.
O documento é assinado pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo e pelos núcleos regionais de Foz do Iguaçu e Cascavel do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema).
Conforme a nota técnica, o projeto, que pretende criar a “Estrada-Parque Caminho do Colono” e instituir uma nova categoria de unidade de conservação, a “estrada-parque”, afronta o “regime jurídico especial de proteção do bioma Mata Atlântica, fundado na Constituição da República (art. 255, § 4º) e consubstanciado na Lei Federal 11.428/2006”.
Ademais, decisão da Justiça Federal já determinou que a estrada permaneça fechada, de modo que a aprovação do projeto desrespeitaria sentença judicial.
No entendimento do MPPR, “o restabelecimento da antiga Estrada do Colono acarretaria graves danos ambientais ao bioma Mata Atlântica”. A nota aponta “graves impactos negativos que seriam causados a partir da pretensa reabertura da referida estrada”, cujo leito original já está completamente desaparecido sob a vegetação.