O Ministério Público do Paraná (MPPR) ofereceu denúncia contra seis Policiais Militares pelos ferimentos e mortes de trabalhadores rurais sem terra, em função da fazenda Araupel, em Quedas do Iguaçu. O caso ocorreu no dia 7 de abril de 2016, por volta das 14h40.
De acordo com o promotor Osvaldo Luiz Simioni, do MPPR, uma equipe da PM, composta pelo 1º Tenente Aníbal Pires do Amaral e os soldados Graciano José dos Santos Junior, Carlos Roberto Volpato Junior, Otávio Duarte Junior, Luis Gustavo Landmann e Juliano Marcelo da Silva foi até a localidade de Fazendinha, na Linha Rural Fazendinha no município.
Os policiais, acompanhados de Gerson Xavier de Souza, empregado da Araupel, investigavam uma notícia de que “teria havido um incêndio” na região. “Consta que o acesso ao local havia sido bloqueado por moradores do Acampamento Dom Tomás Balduíno”, relata a denúncia de Simioni.
Ao saber da notícia, os moradores do assentamento foram até o local em motos e uma camioneta S-10 e um ônibus. A camioneta, conduzida por Vilmar Bordim, estava com três passageiros na cabine – Daniel Heilmann, Leonir Orbach e Pedro Francelino, além de pessoas na carroceria.
Ao perceber a chegada dos moradores, o grupo de policiais “agindo com consciência e vontade livres e dirigidas à prática do ilícito” e com medo de ataques, usando “imoderadamente os armamentos que possuíam e sem conceder a menor chance de fesa por seus alvos”, efetuaram 153 disparos.
De acordo dom a denúncia do MPPR, eles assumiram “o risco de produzir a morte” dos ocupantes do veículo. Como resultado do tiroteio, morreram Vilmar Bordim e Leonir Orbach e deixaram feridos Pedro Francelino e Henrique Gusavo Souza Pratti.
Os policiais e o empregado da Araupel, ainda segundo a denúncia, “incorreram nas sanções” de artigos do Código Penal, “razão pela qual se oferece a presente denúncia”. A denúncia está embasada em inquéritos da Delegacia de Polícia Civil de Quedas do Iguaçu, da Delegacia de Polícia Federal de Cascavel e do 3º Batalhão de Polícia Militar de Pato Branco.