#NaEstrada: No Chile, Puerto Varas é tesouro escondido pelo vulcão Osorno

WhatsApp
Facebook

Ao fundo o imponente Vulcão Osorno, visto de Puerto Varas na orla do Lago Llanquihue. Foto: #ExpediçãoPatagônia2016*

A seção #NaEstrada do Cabeza NEWS fechou uma parceria com o multimídia Cleverson Lima do Cão dos Diabos e parceiro de primeira hora do blog, que vai narrar o dia a dia e um pouco de como é a vida na estrada. Sem esconder as coisas boas, as fortes emoções e os perrengues, sempre eles, que teimam em atormentar quem está no trecho.

Na estreia, a narrativa romântica e dedicada a Puerto Varas, cidade quase toda germânica na orla do Lago Llanquihue, a porta de entrada da Patagônia chilena. Aproveitem a leitura neste sábado (04) de isolamento em meio a pandemia do Coronavírus.

“No Chile, Puerto Varas é tesouro escondido pelo vulcão Osorno

Em janeiro de 2016 partimos de Foz do Iguaçu rumo ao Chile e sua Patagônia andina, embora não tanto: a ideia era chegar Puerto Varas, cidadezinha bacanuda encravada na região conhecida como Los Lagos, um pouco acima da Patagônia. Podemos que dizer que é a porta de entrada.

Embora pouco conhecida dos brasileiros, a região guarda alguns dos cenários mais bonitos da América do Sul, com parques naturais, vulcões e lhamas e uma forma de escapar de roteiros mais caros e movimentados do Chile. Confesso que me surpreendi positivamente e por vários fatores.

Em primeiro lugar pelo fato de que, apesar do jeitão de cidade pacata, Puerto Varas nos mostra como o Chile destoa do restante da América do Sul não só pela riqueza do povo, mas também pelo desenvolvimento de todas suas regiões.

O fato é que a desigualdade castiga regiões de Brasil e Argentina. Enquanto no país hermano há uma concentração de riqueza e desenvolvimento em Buenos Aires, capitais de província parecem ter parado nos anos 80. O interior do país é em grande parte pobre, problema que também sofremos em maior ou menor grau a depender do estado.

Já o Chile parece ter dado uma uniformidade para o desenvolvimento do Norte até o Sul. Seriam as reformas liberais da ditadura ou a estreita geografia a razão para isso? Mas prefiro não entrar no debate

Puerto Varas surpreende mais pelas coisas boas e que nada nos lembram os perrengues diários. A cidade conta com bons restaurantes, bons e baratos hotéis, uma orla tranquila ao redor do Lago Llanquihue e qualidade de vida que é invejável para muitos países de primeiro mundo.

Toda colonizada por imigrantes alemães, ainda guarda muito da cultura e arquitetura germânicos. Ou seja, muitas construções em estilo enxaimel, bons doces e carnes fortes.

É como estar numa cidade grande aproveitando o melhor das cidades pequenas, ou seja, a salvo de multidões de turistas (que preferem a vizinha Puerto Montt, que tem aeroporto) e aparentemente escondido pelo imenso e vistoso Vulcão Osorno.

A jóia da região é um passeio que vale muito a pena, sendo oferecido por todas as pequenas agências de turismo da região e também pelos hotéis. Seu topo conta com neve que alguns corajosos temem em tentar escalar e com um teleférico que no dia nos deu um susto, já que parou de movimentar bem meio. A sensação de estar parado a mais de 30 metros no cume de um vulcão pode ser assustadora, eu garanto.

Andando pela cidade, vários pequenos cafés e, numa época em que os pólos gastronômicos não pipocavam em todo lugar, a cidade contava uma feira a céu aberto com vários food trucks, alguns bem modernos tanto no estilo como no cardápio.

Na saída, uma breve com senhor Jorge, do Weisserhaus Hotel, ficou na lembrança. Muito simpático, um verdadeiro gentleman, ele explicou por que brasileiros e chilenos se dão tão bem. E a sua tese era bem simples:

“Nós não fazemos fronteira. Por isso brasileiros, uruguaios, bolivianos e chilenos odeiam os argentinos”

Não teve como não concordar.”

* A #ExpediçãoPatagônia2016 foi organizada pela equipe do Cabeza NEWS e percorreu, a partir de Foz do Iguaçu, perto de 8 mil quilômetros passando por várias províncias e o deserto de Neuquén na Argentina até a Patagônia Andina, retornando pela capital Santiago (Chile), os Caracoles na Cordilheira dos Andes, Mendoza até o ponto de partida.

Mais notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *