Neste sábado (22/5), mães lactantes fazem carreata pela vacinação contra COVID-19 em Curitiba

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Movimento reforça que a vacina protegeria dois indivíduos já que anticorpos da mãe vacinada são transmitidos ao bebê através do leite materno

Movimento que tem se intensificado nos últimos dias, principalmente em redes sociais, pede a inclusão de mães lactantes na lista prioritária de vacinação contra COVID-19. Em Curitiba, neste sábado, 22 de maio, às 13h, uma carreata reivindicando a inclusão passará pelo bairro Centro Cívico, em frente à Assembleia Legislativa, Prefeitura e Câmara Municipal. No plano prioritário de vacinação da capital estão incluídas gestantes e puérperas (mulheres em pós-parto há no máximo 45 dias), mas não foram contempladas as demais lactantes.

“Além dos benefícios dos anticorpos passados às crianças pelo leite materno, conforme estudos nos EUA e Israel, imunizar uma mãe é proteger toda uma rede de apoio. A família, que é a base da sociedade, sofre inteira quando a mãe de uma criança amamentada fica doente. Nós defendemos a vacina para toda a população brasileira, porém pedimos prioridade. Além de oferecermos aos nossos filhos a única proteção de anticorpos que eles podem ter neste momento, existem prejuízos psicossociais em perder uma mãe de forma tão precoce”, explicou uma das organizadoras do evento, Midiane Brasileiro Nogueira, 31 anos, bancária e mãe de Caetano, com 2 meses. “Da lei federal n.10048 que prevê preferência à públicos determinados vulneráveis, o único excluído foram as lactantes e isso não é justo. Vacinar lactantes é reconhecer o direito humano à saúde e proteção constitucional da maternidade como objetivo prioritário dos gestores públicos, além de estar associada a uma política pública de incentivo ao aleitamento materno”, concluiu Midiane.

No dia 17 de maio, foi aprovada por unanimidade na sessão da Câmara Municipal de Curitiba o encaminhamento ao Executivo Municipal de sugestão de ato administrativo para inclusão das lactantes no cronograma de vacinação prioritária contra a Covid-19. O ato foi assinado pelos vereadores Alexandre Leprevost, Carol Dartora, Dalton Borba, Herivelto Oliveira, Maria Leticia e Renato Freitas.

Alguns estados já estão implementando a vacinação para este grupo, como a Bahia, que já iniciou a aplicação. No Paraná, os deputados estaduais Mabel Canto e Alexandre Amaro encaminharam a Beto Preto, Secretário de Estado da Saúde, requerimentos pedindo a análise da possibilidade de inclusão no Estado.

Considera-se lactante, toda mãe que amamenta, independentemente da idade do bebê. A média de tempo de aleitamento no Brasil é de apenas 54 dias, ainda que se preconize o aleitamento exclusivo por seis meses e se recomende pela OMS e Organização Brasileira a oferta de leite materno por pelo menos dois anos de idade e, se possível, ainda mais.

Pesquisas desenvolvidas ao longo dos anos de 2020 e 2021 indicam que os anticorpos da mãe vacinada são transmitidos ao bebê através do leite materno sem riscos para o lactente, o que aumenta as chances de proteção incrementada a pelo menos duas pessoas a partir de uma única aplicação da vacina.

Em documento publicado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e endossado pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE), no qual se estabelecem orientações globais para alocação de vacinas contra o SARS-CoV2 entre os países, assim como para a priorização de grupos dentro dos países com oferta limitada, com o objetivo de “reduzir as mortes e a carga da doença relativa à pandemia de COVID-19, recomenda-se a vacinação em “grupos com comorbidades ou estados de saúde (por exemplo, gravidez/amamentação) que implicam risco significativamente maior de doença grave ou morte”.

Por recomendações das organizações da saúde, crianças menores de 2 anos não podem usar máscara, em razão do risco de sufocamento, o que é mais um empecilho para a contenção da contaminação e do contágio através desse grupo. Além disto, não há previsão de aplicação de vacinas nesta faixa etária.

Segundo cálculo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), já se contam pelo menos 45 mil bebês, crianças e adolescentes que ficaram órfãos de pai e mãe durante a emergência sanitária que acomete o país que tem o maior número de mortes de bebês no mundo.

Informações

Link abaixo-assinado Vacina COVID-29 para Lactantes Paraná: https://www.change.org/p/sesa-pr-vacina-covid-19-para-lactantes-pr?recruiter=326125322&utm_source=share_petition&utm_campaign=share_for_starters_page&utm_medium=whatsapp&utm_content=washarecopy_28868924_pt-BR%3A2&recruited_by_id=19b2ecf0-1951-11e5-97e6-59b0f5f355d7

Perfis Instagram: @lactantespelavacinapr e @lactantespelavacina (este último é do movimento nacional).

Fotos: Eduardo Matysiak

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