Nova concessão não pode penalizar lindeiros, diz Chico Brasileiro

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Foto: José Fernando Ogura/ANPr.

Prefeitos lindeiros defenderam, em Brasília, uma licitação do Parque Nacional do Iguaçu que contemple investimentos na região

Para uma concessão para os próximos 30 anos, o prefeito Chico Brasileiro e os prefeitos lindeiros defenderam junto aos deputados nesta quarta-feira, 18, em Brasília, uma licitação que contemple também investimentos na região formada por 14 cidades no entorno ao Parque Nacional do Iguaçu. “O parque é unidade de conservação voltada ao turismo da natureza e para isso precisa de investimento e planejamento adequados, de novos atrativos para o ecoturismo para evitar a grande concentração no corredor das quedas”, disse Brasileiro.

E, para isso, é premente uma maior participação dos municípios lindeiros no atual conselho do parque nacional para definir e priorizar os investimentos necessários na região. “Tanto na parte de infraestrutura quanto na divulgação de promoção e de marketing do destino turístico”.

“As prefeituras querem participar diretamente deste debate. Este é o momento e os prefeitos estão participando ativamente”, completa Chico Brasileiro.

Nova modelagem

Os investimentos previstos no edital representam, segundo Brasileiro, oportunidade ímpar para aprimorar o apoio à visitação, modernizar a operação dos serviços turísticos e viabilizar custeio de ações para gestão e conservação do parque. “No entanto, não se pode negar que há aspectos que devem ser revistos, sob risco de penalizar a região lindeira privando-a de recursos que somente poderão ser outra vez postulados depois de 30 anos”, reitera o prefeito.

Entre as prioridades listadas pelos prefeitos, além das tarifas diferenciadas de ingresso, está a aplicação dos recursos advindos de outorga aos municípios lindeiros. “Defendemos que estes recursos permaneçam na região, devendo ser aplicados no desenvolvimento regional sustentável, contribuindo para ações de gestão ambiental, turismo, saúde, educação, infraestrutura, entre outros”.

Os prefeitos defendem ainda uma nova modelagem que privilegie o “menor valor de ingresso aliado ao maior investimento” em substituição do “valor máximo de outorga e valor máximo do ingresso”. “Entendemos que o modelo proposto para a concessão eleva significativamente o custo do destino, o que é danoso para toda a cadeia produtiva de turismo instalada não apenas dentro do parque, mas, substancialmente, na região de seu entorno”.

Arrecadação

Em outro pleito, os prefeitos defendem a destinação de 2% da receita bruta anual em promoção, marketing e divulgação turística do parque e seu entorno. “A promoção do destino é encargo que a futura concessionária deve compartilhar com os municípios lindeiros”.

“Destacamos que a cidade de Foz do Iguaçu, entre 1998 e 2020, aportou R$ 161 milhões em promoção turística do destino, projetando ainda aporte de R$ 210 milhões para promoção turística no prazo de 30 anos, correspondente ao tempo de vigência da nova concessão”, adianta o prefeito.

Na pauta dos prefeitos, está ainda a implantação de monotrilho para visitação às Cataratas, como alternativa ao modelo atual de transporte motorizado com combustíveis fósseis. “Ao mesmo tempo, é necessário oportunizar ao visitante maior contato com a natureza e reduzir o risco de atropelamento de animais no parque”.

Defesa do bioma

“Além destas demandas, é imprescindível uma efetiva participação dos municípios lindeiros no acompanhamento dos indicadores de desempenho da futura concessionária, que influenciam a arrecadação da outorga variável, bem ainda na gestão do contrato de concessão”, apontam os prefeitos em documento entregue aos deputados.

O apelo dos prefeitos é pela união na defesa do bioma de 185 mil hectares de diversidade na fauna e flora, maior conjunto de quedas d’água do planeta e um dos raros remanescentes da Mata Atlântica, hoje reduzida a apenas 7,3% da cobertura original.

“É de absoluto interesse e responsabilidade de Foz do Iguaçu, dos municípios lindeiros e de todos que almejam justiça para a sociedade e a natureza que esse processo licitatório seja tratado com mais absoluta lisura, transparência e correção no que diz respeito a irradiar oportunidades à comunidade do oeste paranaense”, completam.

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