Nova presidente assume sindicato dos educadores de Foz com desafio de negociar reajustes e reforma da previdência

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Categoria luta para receber piso nacional como salário, tem quase 20% de reajustes para receber e vê aposentadoria sendo ameaçada por má gestão da previdência do município

Tomou posse neste fim de semana como nova presidente do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi), a professora Viviane Fiorentin Dotto. Ela respondia pelo cargo de secretária-geral do sindicato, eleita na mesma chapa em que a ex-presidente Viviane Jara Benitez, que faleceu por complicações em uma cirurgia, no dia 26 de fevereiro deste ano. Pelo estatuto do sindicato, é o secretário(a)-geral que assume na vacância do cargo de presidente.

A posse foi na sede do sindicato, no sábado pela manhã, em meio a muita comoção. “Nós tínhamos uma líder e o meu papel era dar suporte a ela”, comentou Viviane Dotto. “Por isso, vou precisar do apoio de todos os membros da diretoria, dos profissionais da educação e da comunidade escolar para darmos sequência aos planos que temos em defesa da educação e dos trabalhadores,” disse ela durante o ato.

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Viviane Fiorentin Dotto é formada em pedagogia e pós-graduada em Educação Infantil. Atuou no CMEI Flor de Acácia (Jardim Califórnia) entre 2007 e 2019, como professora e coordenadora pedagógica. No Sinprefi, ocupou o cargo de suplente entre 2018 e 2019, quando assumiu como diretora de relações públicas e passou a atuar na sede do sindicato.

Reajustes x Reforma da Previdência

Viviane Dotto assume em meio a tratativas para pagamento de reajuste de salário para os professores, com base no piso nacional. Ainda precisam ser pagos cerca de 5% pendentes do ano passado e mais, aproximadamente, 15% deste ano, conforme estabelecido pelo Ministério da Educação.

A prefeitura de Foz do Iguaçu propõe que parte da diferença seja paga como completivo, espécie de complemento salarial que não é incorporada ao salário-base e só beneficia os profissionais em início de carreira. A Câmara de Vereadores aprovou projeto do completivo, mas o posicionamento do SINPREFI sempre será de que o reajuste seja para toda a categoria.

Diretores do Sinprefi se reuniram com o prefeito Chico Brasileiro no dia 6 de março e esperavam avanços que não se confirmaram. “Nós propusemos que o prefeito pagasse, pelo menos, 6% de reajuste, avançando dois níveis em nossa tabela salarial, mas ele não concordou em atender essa reivindicação da categoria”, afirma Viviane.

O posicionamento dos líderes do executivo municipal foi levado à Assembleia Geral da categoria realizada na última sexta-feira (10), à noite, na Escola Santa Rita de Cássia. Diante do impasse, os educadores decidiram manter indicativo de greve até a próxima reunião com o prefeito no início de abril e ameaçaram paralisar as atividades caso não haja avanços. “Nós ainda estamos recebendo atrasados de 2020. Isso é um desrespeito com os professores,” manifestou uma das educadoras presentes.

Aposentadorias

O prefeito Chico Brasileiro atrela a negociação dos reajustes dos educadores à aprovação do Projeto de Lei da Reforma da Previdência Municipal que tramita na Câmara de Vereadores desde o fim do ano passado. Os sindicatos ficaram sabendo que o projeto estava sendo tratado à portas fechadas e interferiram na tramitação.

A previsão é que o projeto seja votado na próxima segunda-feira (20), depois de intenso debate com os sindicatos que representam os servidores públicos municipais de Foz do Iguaçu (Sinprefi e Sismufi), vereadores, comissão da previdência eleita pela categoria e o funcionalismo público que vem participando ativamente nas assembleias. Apesar de alguns avanços, os servidores consideram que a reforma é uma ameaça às aposentadorias.

Entre as últimas mudanças incluídas estão: redução da idade da aposentadoria das mulheres de 57 para 56 anos; para servidores que ingressaram no serviço público depois de janeiro de 2004 fica mantido em 80% o percentual para cálculo da média dos últimos salários; período de entrada em vigor da lei aumentou de 90 dias para 180 dias, além de garantir alguns itens da aposentadoria especial, como a redução de um ano de idade para cada um ano de contribuição.

Sinprefi e Sismufi realizarão mais uma assembleia para ter o posicionamento definitivo dos servidores públicos municipais de Foz do Iguaçu antes da votação. Será amanhã (15), a partir das 18h30, no Centro de Convivência do Idoso, na Praça da Bíblia (Jardim São Paulo). Todos os trabalhadores que atuam na prefeitura de Foz do Iguaçu são convocados a participar.

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