O Batalhão de Foz do Iguaçu

Marcos Kidricki Iwamoto

Desde a fundação da Colônia Militar em 1889, a história da nossa cidade se confunde com a do 34° Batalhão de Infantaria Mecanizada 🇧🇷

Com a missão de fazer valer as leis brasileiras, onde se falava a língua espanhola e a moeda era o “peso”, o Exército chegou na fronteira

Vejamos alguns fatos históricos:

No dia 22 de novembro de 1889, é fundada a Colônia Militar do Iguaçu, pelo Tenente Batista e pelo Sargento José Maria de Brito.
Inicialmente, o Batalhão seria construído na região do Colégio Agrícola, mas a escassez de água os levou para as margens do rio Monjolo, onde permanecem até hoje.
Em 1908, é instalada uma linha telegráfica pelo General Bormann. Anos mais tarde, essa linha conduziria o Sr. Alberto Santos Dumont até Guarapuava, na “Cavalgada Patriótica”.
Em 1932, nas terras do Sr. Fulgêncio Pereira, foi construída a “1ª Companhia Independente de Fronteira”, um quartel com 125 soldados, liderados pelo Capitão Edgard Buxbaum.
No início, eles recebiam machados e foices, ao invés de armas, era tudo mato. Além disso, não possuíam caminhões, utilizavam carroças tracionadas por mulas.
Aliás, toda a semana as mulas seguiam em “récua” do quartel até uma represa que existia na Vila Yolanda, para se banharem por lá
Próximo à ponte do Rio Tamanduá, existe uma área que até hoje pertence ao Exército, onde criavam gado para alimentar a tropa.
O prédio principal foi concluído em 1942. A fachada no estilo neocolonial é simétrica, ao mesmo tempo clássica e moderna. Chama a atenção de quem passa pela avenida.
Em 1943, recebe o nome de “1º Batalhão de Fronteira”. Nessa época, eram os responsáveis pela segurança da cidade, um Jeep circulava a noite toda, mas haviam poucos crimes.
As festas juninas duravam três dias, com direito a fogueiras gigantes. E cada bairro da cidade tinha direito a colocar uma barraca na festa, sendo a renda revertida para caridade.
Existiam três associações distintas: O “Guairacá Esporte Clube”, o “Grêmio Olavo Bilac”, e a “Caixa Esportiva e Beneficente dos Graduados do 1° Batalhão de Fronteira”.
Em 1967, as três associações se uniram para fundar o “Grêmio Esportivo e Social de Foz do Iguaçu”, o querido clube GRESFI.
Essa época, o “Cine Star” bombava, era a balada do seu tempo. Às quartas e sábados, haviam sessões exclusiva para os militares, que desciam animados a Av. Brasil.
Nos anos 70, uma onça pintada morava no Batalhão. Ela era muito estimada por todos, só que ninguém lembra o seu nome
O Exército controlava o trânsito de veículos e pedestres na Ponte da Amizade, com missão de repressão ao contrabando para fora do país, especialmente do café.
Por muitos anos, a “Santa Casa Monsenhor Guilherme” de Foz do Iguaçu foi administrada pelos oficiais do Exército Brasileiro.
O quartel era verde claro. Mudou para a cor insólita “laranja e cinza”. Depois, para “branco e cinza”, até chegar ao verde musgo atual.
Antigamente, não haviam muros na frente do batalhão. Todos podiam ver o hasteamento da bandeira e participar dos atos cívicos.
Além disso, a pista de atletismo, a quadra de vôlei e o campo de futebol eram liberados para uso dos moradores da cidade.
Possuia uma colônia de férias, gincanas, e o programa “Soldado por um dia”. Ainda é local de concentração dos desfiles cívicos.
Em 1980, foi nomeado como “34° Batalhão de Infantaria Motorizado”. Com efetivo de 700 homens e mulheres, suas ações são cada vez mais importantes para a fronteira.
Em 1997, recebeu a denominação histórica de “Batalhão República do Paraguai”, sendo o objetivo homenagear nosso país vizinho.
Estima-se que 25 mil homens e mulheres já serviram no Batalhão de Foz, sempre muito bem integrados a comunidade iguaçuense.
Finalmente, em 2013 após receber viaturas tecnológicas da frota “GUARANI”, é designado “34° Batalhão de Infantaria Mecanizado”.
E hoje, 26 de fevereiro é uma data especial, onde celebramos o aniversário deste lendário Batalhão