Novo presidente diz que afinidade de Requião com o PT contaminou o MDB
“O PT cuida do PT e o MDB cuida do MDB”. A afirmação feita pelo ainda deputado e presidente do Diretório Estadual do MDB, João Arruda revela que o partido se desvincula da linha ideológica que vinha sendo defendida pelo senador Roberto Requião. A proximidade com a agremiação “lulista” é tida como a responsável pelas perdas da última campanha eleitoral. O próprio Requião, que despontava na liderança das intenções de votos para a reeleição acabou ficando de fora pelo resultado negativo nas urnas.
“O Requião tinha uma posição ideológica de afinidade com o PT e isso acabou se confundido com o partido e contaminando o MDB. Eu não tenho ligação nenhuma com o Partido dos Trabalhadores e as minhas posições na Câmara Federal já demonstraram isso”, disse ao Portal RSN.
A partir dessa postura e com foco nas eleições municipais do ano que vem, João Arruda quer ampliar o número de prefeitos (hoje são 70) e o alvo são as principais cidades paranaenses.
“Guarapuava é nossa prioridade, assim como Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, onde vamos investir para termos candidaturas próprias nesses municípios e com nomes que tenham competitividade”. João Arruda anuncia também a intenção de compor chapa própria para a Câmara de Vereadores. Atualmente, em Guarapuava, o partido está sem nenhum representante. “Vou me concentrar nessas cidades e quero ir a Guarapuava ainda neste ano”, disse Arruda.
De acordo com o novo presidente medebista, o nome do advogado João Nieckars surge como um potencial para encabeçar a chapa majoritária. “Ele está disposto e uma decisão será do grupo local. Se for consolidado, vamos ajudar a formular um plano de governo. O vejo como um bom nome”.
O presidente, porém, se reserva em falar em possíveis coligações e em posições referentes aos governos estadual e federal. “Vamos observar os primeiros meses. Dar um tempo aos novos governantes, mas o MDB vai atuar como fiscal nas esferas estadual e federal”, afirmou.
Já o ainda senador Roberto Requião confirma a sua atuação como oposição ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Foto: Eduardo Matysiak