Foz do Iguaçu enfrenta um dos piores momentos no trânsito da região turística da cidade. O atraso na conclusão da duplicação da BR-469, a Rodovia das Cataratas, aliado ao aumento no fluxo de veículos devido às férias escolares de julho, tem provocado transtornos para moradores, trabalhadores e turistas. Prevista inicialmente para ser concluída em março de 2024, a obra deve se estender até meados de 2026.
A duplicação abrange um trecho de aproximadamente 9 quilômetros, que liga o trevo de acesso à Argentina até o portão do Parque Nacional do Iguaçu, onde ficam as Cataratas. Financiada com recursos da Itaipu Binacional, a obra é executada em parceria com os governos federal e estadual. O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) é responsável pela licitação e fiscalização. De acordo com o órgão, os trabalhos ainda não atingiram 50% de execução.
O diretor do DER-PR, Fernando Furiati, afirmou que a conclusão da duplicação da BR-469 deve ocorrer até o final do primeiro semestre de 2026, cerca de seis meses após a entrega da Perimetral Leste, também financiada pela Itaipu e prevista para novembro deste ano.
Leia também
Moradores e comerciantes que vivem ou trabalham ao longo da rodovia denunciam o isolamento e os prejuízos causados por mudanças nos acessos e implantação de barreiras, especialmente entre os hotéis Carimã e Vivazi. A situação se agravou com as alterações recentes no trevo de acesso aos bairros Vila Carimã, Jardim Novo Horizonte e Buenos Aires.
O guia de turismo Betão relatou que empresários locais estão enfrentando sérios problemas. Um deles é Darci, proprietário do Chocolate Caseiro Três Fronteiras, que teria perdido o movimento na loja devido à dificuldade de acesso. Segundo o guia, ônibus de turismo têm dificuldade para manobrar e estacionar, e os moradores enfrentam riscos ao tentar pegar o transporte público, já que não há recuos adequados para embarque e desembarque.
No grupo de guias turísticos, outros profissionais também manifestaram preocupação. Eles alegam que faltou planejamento e que obras dessa magnitude não podem ser executadas sem estudos prévios de impacto no trânsito. A comunidade cobra melhor sinalização, alternativas de acesso e prioridade para os trechos mais críticos da rodovia.
Carlos Ivan Pereira, guia turístico que trabalha no Parque Nacional e mora na Vila Carimã, contou que leva até 30 minutos para chegar em casa. Segundo ele, as mudanças recentes comprometeram ainda mais a fluidez do trânsito. “As obras são necessárias, mas antes o tráfego fluía. Agora, com os bloqueios e desvios, ficou muito complicado. Durante as férias de julho, aumentou o número de colisões”, relatou.
Para os moradores da região, a sensação é de isolamento. Eles afirmam que presidentes de bairro têm tentado dialogar com autoridades, mas sem retorno efetivo. Enquanto isso, o prejuízo recai sobre o turismo, os negócios locais e a mobilidade de quem vive no principal corredor turístico de Foz do Iguaçu.
Confira notícias de Foz do Iguaçu no Facebook do Diário de Foz e no Instagram do Diário de Foz