Oeste levanta a voz contra “pedágio caro por mais 30 anos” no Paraná

Deputado Arilson Maroldi Chiorato na audiencia publica em Foz do Iguacu Foto Marcos Labanca scaled

Audiência da Assembleia Legislativa em Foz do Iguaçu amplifica críticas ao modelo de concessão apresentado pelos governos federal e estadual

Lideranças de municípios da regional de Foz do Iguaçu levantaram-se pela redução do preço do pedágio nas rodovias paranaenses, em audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa neste sábado, 6. A causa uniu todos os participantes contra o modelo de outorga do pedágio apresentado pelos governos federal e estadual para a concessão das rodovias no Paraná.

Representantes das principais atividades econômicas (com destaque para turismo, logística, agricultura, comércio e prestação de serviços) uniram-se aos prefeitos e vereadores da região, bem como dirigentes de diversas entidades, pela preservação de vidas nas rodovias, para debater o tema com deputados estaduais da Frente Parlamentar sobre o Pedágio.

Neuso Rafagnin presidente do Sindhoteis na audiencia publica Reproducao TV ALEP

Cerca de 200 pessoas participaram do encontro – realizado no formato híbrido (presencial e on-line) – transmitido pelos canais do Legislativo. Cerca de 20 pessoas fizeram uso da palavra, todas contrárias ao modelo apresentado pelos governos estadual e federal. A transmissão passou de 12 mil visualizações nas redes sociais (considerando apenas a exibição em tempo real). A mesa também respondeu a perguntas da plateia in loco e on-line.

Redução já – Presidente da Frente Parlamentar sobre o Pedágio, o deputado estadual Arilson Maroldi Chiorato (PT) afirmou que é preciso “contar a verdade, que a tarifa vai aumentar e que o estado terá mais 15 praças”. Seu colega na Alep, Luiz Claudio Romanelli (PSB), após fazer a apresentação técnica, disse que a tarifa é justa e barata nos estados que adotaram concessão por menor preço e sem outorga, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Deputado Luiz Claudio Romanelli na audiencia publica em Foz Foto Marcos Labanca

O presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, Rainer Zielasko, defendeu um pedágio mais justo e que caiba no bolso dos empresários. “Queremos isonomia, competitividade, como acontece com os demais estados. Defendemos modelo sem outorga, menor tarifa inicial e menor degrau tarifário de reajuste das tarifas após a duplicação das rodovias”, ressaltou o dirigente do POD, que inclui mais de cem de entidades.

Os pronunciamentos feitos na tribuna elevaram o tom da crítica. Para o presidente da ACIFI, Faisal Ismail, a outorga onerosa é prejudicial ao setor produtivo e empresarial da região de todo o estado. “Somos contra altos custos por mais 30 anos. Queremos redução permanente em pelo menos 50% da tarifa para compensar a injustiça das últimas décadas”, salientou.

Preocupação também apresentada pelo presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Foz do Iguaçu, Neuso Rafagnin. “Vejo que aqui todos são contra o pedágio. Com todo o respeito a vocês, parlamentares, não deixem o governador aceitar o que todo mundo aceitou no passado e estamos pagando até hoje. A nossa região depende, e muito, do turismo rodoviário”, frisou.

O delegado da regional da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná, Flavio Back, mencionou que o “pedágio inviabiliza a atividade do pequeno produtor, que gasta mais com pedágio do que com combustível. É um desrespeito com a região e o setor produtivo. O dinheiro que vai para o pedágio poderia estar circulando no comércio e desenvolvendo a região. Por causa do pedágio não temos isso”.

Representante do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Gilberto dos Santos, foi taxativo ao denunciar que o modelo híbrido é prejudicial e nefasto à população paranaense porque é sinônimo de mais mortes nas rodovias paranaenses. “Precisamos de segurança nas vias. É hora de celebrar vidas e responsabilidade social das concessionárias”, enfatizou.

Deputado Arilson Maroldi Chiorato na audiencia publica em Foz do Iguacu Foto Marcos Labanca

Próximas – A série de audiências da Alep começou em Cascavel (5/2) e segue em outras cidades do estado: Londrina (11/2), Cornélio Procópio (12/2), Guarapuava (18/2), Francisco Beltrão (19/2), Maringá (25/2), Apucarana (26/2), Curitiba (4/3) e Ponta Grossa (5/3). Já a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) promoverá audiência nos dias 24 e 25 de fevereiro.


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