Jovens músicos da Orquestra Barroca Jesuíta encantam Foz do Iguaçu com música, fé e integração cultural

Música barroca, sons guaranis e integração cultural unem Brasil e Paraguai em apresentações históricas nas Cataratas e igrejas de Foz do Iguaçu

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Um grupo de 22 jovens músicos da Orquestra Barroca Jesuítica, ligada à Capela de Música do Museu de Arte Jesuítico-Guarani, de San Ignacio Guazú, no Paraguai, protagonizou momentos de rara beleza cultural e espiritual em Foz do Iguaçu nos dias 21 e 22 de junho. Em diferentes palcos da cidade, os músicos mostraram o talento que une tradição, fé e história.

A primeira grande apresentação aconteceu no sábado (21), nas Cataratas do Iguaçu, como parte do Music Day Brasil 2025, evento mundial que celebra a música em espaços simbólicos. No cenário das quedas, os jovens paraguaios emocionaram turistas com repertório que dialoga com o barroco missioneiro e a cultura guarani.

Mas a agenda não parou por aí. Na mesma noite, o Double Tree by Hilton Hotel recebeu os músicos para um jantar especial, antecedido por uma performance exclusiva para os hóspedes. No domingo pela manhã, foi a vez de integrar a programação na Catedral Diocesana Nossa Senhora de Guadalupe, durante a missa solene. O grupo executou, com perfeição, músicas como “O Oboé de Gabriel”, do italiano Ennio Morricone, e a canção “Ára Valeháva”, composta em guarani por indígenas, apresentada pela primeira vez em Foz.

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Ainda no domingo, os jovens músicos da Orquestra Barroca Jesuíta surpreenderam os clientes da Churrascaria do Gaúcho, na Vila Portes, com um repertório que misturou barroco e música popular regional. A apresentação emocionou o público, que reconheceu e valorizou o vínculo cultural entre Brasil e Paraguai.

O momento mais simbólico da visita foi a integração com o Coral Avá-Guarani da Aldeia Arapy, realizada na tarde de domingo no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Dentro da proposta da “Oficina Viva”, os músicos da Capela demonstraram como uma música é construída, camada por camada, enquanto os guaranis acompanhavam atentos. Em retribuição, os indígenas apresentaram uma canção tradicional com violão e maracás, surpreendendo a todos com a força de suas vozes. O ponto alto foi quando os dois grupos decidiram tocar juntos, criando um momento de improviso, emoção e descoberta mútua.

A iniciativa foi muito além da divulgação turística. Envolveu paróquias, pastorais, o setor hoteleiro e instituições culturais dos dois países. Do lado paraguaio, o apoio veio do Museu Jesuítico, da Rota Jesuítica, do Touring y Automóvil Club Paraguayo, além das próprias famílias dos jovens músicos.

O projeto também marca um passo inicial para que as Três Fronteiras assumam de forma mais integrada o legado missioneiro, especialmente com a proximidade dos 400 anos da fundação da Missão Santa Maria do Iguaçu, nas Cataratas, em 1626. Como lembrou Margarita Ortiz Benítez, presidente da Rota Jesuítica, essa viagem é a retomada simbólica dos caminhos de Arapysandu, o cacique que, há quase quatro séculos, negociou a entrada dos jesuítas nas terras ao norte das Cataratas.

Apoio
A articulação deste projeto tem como base a pesquisa jornalística e historiador Jackson Lima, que contou com o apoio da ABRAJET (Associação Brasileira de Jornalista de Turismo), COMTUR, Visit Iguassu, Martin Travel, Double Tree by Hilton Hotel, Galpão do Gaúcho e o Hotel Village Iguassu, Parque das Aves, Marco das três fronteiras e Pastorais da Ecología e Indigenista, além da própria comunidade missioneira.

@fozdiario


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