Reflexões sobre o ano de 2020 e o planejamento para o retorno às aulas foram assuntos debatidos em reunião on-line promovida pela Secretaria de Educação. O retorno às atividades presenciais na rede municipal de ensino está marcado para o dia 1º de março.
Mais de 1.600 profissionais da educação pública de Foz do Iguaçu acompanharam na manhã desta quarta-feira, 03, uma live no formato vídeo-aula, promovida pela Secretaria Municipal da Educação. O encontro de valorização acontece anualmente antes do início do ano letivo, com o objetivo de capacitar professores e equipes pedagógicas.
O prefeito Chico Brasileiro e a secretária de educação, Maria Justina da Silva, fizeram a abertura do encontro, dando as boas-vindas aos profissionais e destacando os desafios deste ano letivo.
“Mesmo com a pandemia, nosso compromisso com a educação é permanente. Temos o dever de não parar a educação. Existem muitos desafios neste ano letivo, porque ainda vivemos uma pandemia, mas seguiremos em frente para fazer da educação um instrumento de transformação da sociedade”, disse o prefeito.
A secretária de Educação afirmou que o município se organizou para a retomada das aulas com aquisição de equipamentos de proteção, implantação do protocolo sanitário e capacitações.
“Nossos professores conseguiram se reinventar e superar barreiras por meio do ensino remoto, mas sabemos que nada substitui a presença de um professor em sala de aula, especialmente durante o processo de alfabetização. Nós primamos pela vida dos nossos professores e alunos e, com todas as medidas preventivas, queremos retomar de forma segura para todos”.
A pedagoga e especialista em educação infantil, Regina Shudo proferiu a palestra “Arquitetando a Educação: O que aprendemos em 2020 e quais os itinerários da educação em 2021”. Sua fala inicial saudou os profissionais que se reinventaram durante a pandemia para levar a educação a todas as crianças.
“Os professores foram brilhantes. Assim como a gente saúda as equipes médicas, a gente saúda também os professores, porque levaram vida para a casa do aluno. O município de Foz manteve contato e conexão com seus alunos em meio a todas as adversidades”.
As dificuldades enfrentadas por muitas famílias, as desigualdades sociais e as crises emocionais vivenciadas por muitas crianças foram alguns dos pontos destacados pela especialista durante o encontro. “As desigualdades educacionais e sociais ficaram muito evidentes nesta pandemia, mas os professores não se negaram a ensinar, acreditando no direito da aprendizagem e promoveram a educação. Vocês foram verdadeiros heróis”, reiterou.
Regina Shudo – que atua na área educacional há 35 anos, é autora da Coleção Brincar e Pensar, e diretora da empresa Amaná Educacional, em Curitiba – orientou os professores sobre como lidar com o emocional e os desejos das crianças que voltarão para as salas de aula, e até mesmo com aquelas que continuarão com o ensino remoto.
“Para arquitetar esta educação, precisaremos de muitas teias de conexões, de vida, pensamento, criando uma rede muito firme para acolher todos os nossos alunos. A crise nos tirou prazeres e aumentou a ansiedade e o estresse.
O percurso é muito mais complexo e desafiante para alcançar os objetivos. Crianças e jovens estarão em ritmos de aprendizagens muito diferentes, porque todos os fatores do ambiente que eles se encontraram em suas casas, mais o convívio familiar, tudo isso vai impactar e o ritmo de aprendizagem vai ser bastante desnivelado”, pontuou.
Saúde emocional
Nesta retomada, o maior desafio, segundo a especialista, será o de manter a saúde emocional dos alunos e, para isso, atividades ao ar livre, em contato com a natureza, a literatura e o diálogo sobre os sentimentos de cada criança são ações importantes para retomada da atenção plena, da concentração e do foco no aprendizado.
“Na arquitetura do retorno às aulas, precisaremos fazer uma auto avaliação de cada turma, sobre quem conseguiu trabalhar, aprender, as perdas e os ganhos e ter como foco o acolhimento”, afirmou. Além disso, ela orientou os professores a planejar as aulas, a adaptar o ensino híbrido e a fortalecer o trabalho coletivo.
No período da tarde, às 14 horas, os profissionais participam de um novo encontro on-line, com o professor Julio Furtado, sobre o “Ensino Remoto, Híbrido e a Reinvenção do Professor”. Julio Furtado é graduado em geografia e pedagogia, pós graduado em Orientação Educacional, doutor em ciências da educação e professor universitário.
informações são da Prefeitura municipal de Foz do Iguaçu .