A greve dos caminhoneiros paraguaios, que teve início há quase duas semanas, também tem provocado estragos na economia no lado brasileiro da fronteira. As transportadoras contabilizam prejuízo milionário devido à dificuldade de entregar os produtos no país vizinho, devido as filas de caminhões sobre e nas vias de acesso à Ponte Internacional da Amizade, que une Foz do Iguaçu à Ciudad del Este.
A mobilização dos caminhoneiros paraguaios foi deflagrada para pressionar o Congresso Nacional a aprovar um projeto de lei, que garante 25% de lucro dos fretes à categoria. A medida, como registrou o GDia, tem afetado o fornecimento de diversos produtos, especialmente combustível, gerando filas de abastecimento, principalmente nas cidades do interior do país.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Foz do Iguaçu e região (SindiFoz), o prejuízo para as empresas brasileiras chega a R$ 1,7 milhão por dia, desde o início da greve. A estimativa é que 4,5 mil veículos estejam parado no Brasil devido a paralisação, grande parte na cidade que abriga o maior porto seco da América Latina.
No lado paraguaio da fronteira, os caminhões estão parados na parte urbana da rodovia PY2, em Ciudad del Este, principal ligação para a Ponte da Amizade com a capital Assunção. Até o sábado (14), aproximadamente 700 caminhões estavam estacionados no porto seco e mais de 500 em outros pontos de Foz do Iguaçu.
Indeterminado
As associações de caminhoneiros do Paraguai informam que não há previsão de fim da greve. “Esses caminhões, mesmo parados, eles têm custos operacionais normais. Hoje a gente está com uma estimativa de R$ 1,7 milhão por dia de custo de caminhão parado na fronteira”, disse Rodrigo Atílio Ghellere, presidente do SindiFoz.
“Fora os valores de mercadoria que ficam parados e outros setores que estão sendo afetados”, ressaltou a liderança sindical, em entrevista ao G1 PR. Se não houver acordo com o governo do Paraguai, ou seja, a aprovação da chamada Lei do Frete por deputados e senadores paraguaios, os motoristas garantem que não há previsão da paralisação terminar.
De acordo com o SindiFoz, muitos dos caminhoneiros parados estão em postos de combustíveis, nas rodovias e no Porto Seco, que está operando com capacidade máxima. A Receita Federal (RF) informou que, na última sexta-feira (13), mais de 680 veículos estavam estacionados no porto.
Vandalismo
Outra preocupação é com o vandalismo aos veículos conduzidos por motoristas brasileiros que aguardam a liberação em Ciudad del Este. “Já tivemos alguns caminhões com bicas abertas, derrubando mercadorias na pista, o vandalismo iniciou. Isso acaba colocando a gente em um grau de risco e colocando o ser humano em risco, que é o nosso motorista, o nosso profissional”, revelou Ghellere.
A previsão é que a greve pode causar aumento no preço dos alimentos no Brasil. Grãos de milho que seriam usados para alimentar frangos e galinhas em aviários da região Oeste do Paraná, estão com a entrega atrasada e os produtores podem substituir por outros alimentos mais caros, e a conta deverá ir para o preço final da carne de frango ao consumidor.
As informações são de GDia