Paralisação do transporte coletivo de Foz do Iguaçu completou um mês nesta quinta-feira, 13

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Mobilização mais longa até então havia sido a de 1989; Trabalhadores alegam perda salarial de aproximadamente 24%

A paralisação dos trabalhadores do transporte coletivo de Foz do Iguaçu completa um mês nesta quinta-feira (13) e já é a mais longa da história do setor. A categoria cruzou os braços no dia 13 de abril pedindo a reposição de perdas salariais de aproximadamente 24%, segundo cálculos do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sitrofi).

A paralisação mais longa dos trabalhadores do transporte coletivo de Foz do Iguaçu, até então, foi a de 1989, que durou 29 dias. O ato, que praticamente paralisou a cidade por um mês, ficou marcado pela morte de um diretor sindical durante atividade da mobilização, segundo o Sitrofi.

A greve atual está com as negociações congeladas. No final de abril foi realizada uma rodada de negociações convocada pelo desembargador Célio Waldraff, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), com a presença do prefeito Chico Brasileiro e representantes dos rodoviários. No entanto, a reunião por videoconferência terminou sem uma solução para o impasse.

Desde então o serviço é mantido com forta reduzida, de acordo com decisão judicial. A Prefeitura, que concede a exploração do transporte coletivo à iniciativa privada, figura na ação como terceira parte interessada. O desembargador Célio Waldraff é também o responsável por mediar o dissídio coletivo envolvendo os trabalhadores rodoviários e as empresas que integram o consórcio.

Contexto

Desde o início do movimento grevista, os trabalhadores mantiveram o serviço com 100% da frota nos horários de pico (manhã, meio dia e início da noite). A paralisação foi definida em assembleia no dia 6 de abril. Até então, o serviço contava com 74 ônibus que atendiam, em média, 25 mil passageiros por dia.

Nos cálculos do sindicato, apresentados pelo presidente Dilto Vitorassi, as perdas nos vencimentos da categoria chegam a 1/4 (um quarto) do montante recebido antes da pandemia. No ano passado, segundo ele, as empresas deixaram de pagar a cesta básica de R$ 506 e não repuseram a inflação de 2,46% do período. Em maio, a projeção de inflação é de 8,5%.

Decisão judicial

No dia 22 de abril, em razão dos transtornos aos usuários do sistema, o TRT determinou ao Sitrofi a manutenção da circulação de ônibus com frota reduzida – 60% das 5h às 9h e das 17h às 20h, e de 40% de todos os motoristas e cobradores nos demais horários, sob pena de multa de R$ 40 mil por dia.

A liminar, Célio Waldraff também determinou que o sindicato se abstenha de qualquer ato que impeça o exercício da atividade profissional pelos integrantes da categoria. Ao consórcio, que classificou a greve como “injustificada”, ficou determinado a liberação do quantitativo de veículos necessários à prestação de serviços, sob pena de multa de R$ 40 mil por dia.

Contexto

O transporte coletivo de Foz do Iguaçu, cujo contrato foi firmado em 2010, é constantemente alvo de reclamações. No ano passado, com o início da pandemia do novo Coronavírus (covid-19) e a redução de passageiros devido a suspensão das atividades comerciais não essenciais, houve uma redução da frota.

Após a reabertura da cidade, o serviço voltou mas com frota reduzida. Em dezembro do ano passado, o município decretou a intervenção da operação do serviço. A Prefeitura, no entanto, reverteu a decisão e devolveu a operação do serviço ao consórcio de empresas. De acordo com o presidente do Sitrofi, a mobilização só será encerrada após a Justiça julgar o dissídio da categoria.

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