O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD) disse nesta terça-feira, 12, que o uso da tribuna da Assembleia Legislativa não pode virar palco para ofensas e xingamentos como caracterizado nas intervenções do deputado Ricardo Arruda (PL).
“Os debates sobre políticas públicas e projetos relevantes para o Paraná estão sendo nas comissões e nos gabinetes parlamentares em vez de trazer esse tipo de discussão ao plenário. Nós ficamos escutando ofensas e gritarias, e reconhecemos que a Assembleia Legislativa do Paraná é muito maior do que isso”, disse Romanelli ao usar a tribuna na sessão de terça-feira.
Romanelli cumprimentou a deputada Flávia Francischini, que presidia a sessão, por interromper as ofensas do deputado liberal contra a deputada Luciana Rafagnin (PT). “Nós não queremos ficar ouvindo essas bobagens durante o tempo todo. Parabéns a senhoras e senhores (da mesa diretora) pelo trabalho que realizam cada um da melhor forma possível. E que nós possamos retomar o protagonismo do povo paranaense nas sessões legislativas”, reiterou.
Projetos importantes
O deputado defendeu ainda a votação urgente do código de ética e decoro parlamentar com sanções e até punições para quem proferir discursos de ódio, ofensas e xingamentos às instituições, autoridades e colegas parlamentares. “Nós não aguentamos mais ouvir o mesmo discurso de ódio”, disse.
Romanelli disse que o legislativo analisa debate e submete a votação “projetos importantes” ao Paraná, sejam os enviados pelo Estado ou propostos pelos parlamentares. “Por exemplo, estamos construindo um projeto de lei da minha autoria junto com os deputados Alexandre Curi, Anibelli Netto, Marcelo Rangel e Hussein Bakri sobre o apoio à cadeia produtiva da fumicultura”.
“A construção deste projeto, um tema da maior relevância, deveria ser debatido em plenário, trazendo o ponto de vista de cada deputada e cada deputado. Mas não, os parlamentares acabam sendo intimidados em trazer à tribuna temas relevantes para a sociedade paranaense, porque o que prevalece é esse debate nacional”, apontou o deputado.
Sem diálogo
O Brasil atravessa uma gravíssima crise com a maior potência do mundo, disse o deputado. “O governo dos EUA não quer diálogo, condicionou o diálogo a uma mudança do processo penal brasileiro para atender o ex-presidente Jair Bolsonaro”.
“Todos os brasileiros sabem que não é possível interferir no poder judiciário. Lutamos há 40 anos para acabar com a ditadura militar e aprovar a Constituição de 1988, quando o país passou a viver plenamente um Estado Democrático de Direito”, disse.
“O Brasil não é uma republiqueta de banana. Eu posso não concordar com tudo que o ministro Alexandre de Moraes (STF) faz e decide, mas eu tenho que reconhecer que ele sempre fundamenta todas as suas decisões e é apoiado pelos outros ministros do STF”, completou.
Preservar Empregos
Nesta crise com os EUA, o parlamento, segundo Romanelli, deve contribuir na elaboração de medidas que possam preservar os empregos e as empresas paranaenses, além de buscar outros mercados negociar à luz do interesse público a continuidade das relações diplomáticas e comerciais com os EUA. “Nós não podemos o tempo todo estar fazendo análise da conjuntura política no viés das ofensas e xingamentos aos ministro de Estado, ao presidente da República, ao vice-presidente, aos ministros do STF e ao próprio STF”,
“Nós sabemos que o Brasil está hoje com problemas graves de saúde pública, justamente porque muitos pais foram desincentivados a vacinar seus filhos. E nós sabemos que isso tem um custo alto para os pais, para as crianças e para a sociedade paranaense e brasileira”, reiterou Romanelli sobre os discursos enviesados da tribuna do legislativo contra as vacinas.
“Nós temos que retomar neste plenário o debate sobre as políticas públicas paranaenses. Se nós temos hoje um bom governo, é porque esta Casa tem funcionado, tem feito o que pode para poder fazer com que o governo avance cada vez mais em todas as áreas”, completou.
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