Parque Nacional do Iguaçu inaugura centro inédito para convivência com grandes felinos e articula rede trinacional de conservação

Com menos de 300 onças-pintadas restantes na Mata Atlântica, a região da Tríplice Fronteira é considerada crítica para a sobrevivência da espécie

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Foto: Onças do Iguaçu

No próximo dia 3 de julho, às 16h30, o Parque Nacional do Iguaçu será palco de um marco histórico para a conservação da biodiversidade: a inauguração do Centro de Conservação e Coexistência (CCC), o primeiro do mundo dedicado exclusivamente à convivência entre humanos e grandes felinos, como a onça- pintada e a onça-parda.

Idealizado pelo Projeto Onças do Iguaçu, o CCC une tecnologia, educação ambiental e práticas sustentáveis para reduzir conflitos em áreas onde humanos e grandes predadores compartilham o mesmo território.
“Nosso objetivo é mostrar que coexistência é possível — e que ela pode ser segura, produtiva e positiva para todos: natureza, pessoas e animais”, afirma Yara Barros, Coordenadora Executiva do Projeto Onças do Iguaçu.

Construído com recursos do WWF Brasil, o centro oferece estruturas práticas que simulam situações reais do campo, como galinheiros e chiqueiros protegidos contra predadores, cercas elétricas de baixa voltagem, canis seguros e áreas de descarte adequado de carcaças. Também apresenta exposições educativas com réplicas de predação, ajudando produtores a identificar corretamente o predador envolvido em ataques.

Além das demonstrações práticas, o CCC será um espaço de formação e diálogo, com oficinas sobre segurança rural, manejo de rebanhos e incentivo à sustentabilidade. A estrutura funcionará como referência para capacitações de técnicos, produtores, gestores e comunidades de toda a região. Essas capacitações serão realizadas com recursos da Whitley Fund for Nature (WFN).

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Cooperação trinacional

A inauguração do CCC marca também o lançamento oficial da Rede de Coexistência da Tríplice Fronteira, uma articulação inédita que une instituições do Brasil, Argentina e Paraguai para promover práticas de manejo sustentável, reduzir conflitos e fortalecer a proteção dos grandes felinos da região.

A Rede, idealizada pelo Projeto Onças do Iguaçu, é um movimento que conecta projetos de conservação, produtores rurais, órgãos ambientais e organizações da sociedade civil. Suas ações incluem intercâmbio de boas práticas, capacitações conjuntas e a elaboração de um plano estratégico integrado entre os três países.

Com menos de 300 onças-pintadas restantes na Mata Atlântica, a região da Tríplice Fronteira é considerada crítica para a sobrevivência da espécie — e uma oportunidade única para mostrar que coexistir é possível e necessário.

“É um passo ousado, que une inovação prática com cooperação internacional”, conclui Yara Barros.

@fozdiario


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