O Parque Nacional do Iguaçu na fronteira compartilhada do Brasil com a Argentina registrou o segundo maior movimento de turistas do país em 2023, perdendo apenas para o Parque Nacional da Tijuca no Rio de Janeiro, 4,4 milhões de ingressos.
A unidade de conservação, que guarda as Cataratas do Iguaçu, é o termômetro do turismo de Foz do Iguaçu e Tríplice Fronteira. No ano passado, mais de 11,8 milhões pessoas ingressaram nos atrativos, número 15% maior que 2022 e um recorde na série histórica, iniciada em 2000 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Em números exatos, o Parque Nacional do Iguaçu recebeu no ano passado 1.833.398 visitantes, informa a concessionária da área turística da unidade de conservação.
Foi a terceira maior quantidade de ingressos dos últimos 25 anos e 28% superior ao registrado em 2022.
Os brasileiros somaram 58% do público que foi até a Maravilha Mundial da Natureza no período. Mais de 765,3 mil eram estrangeiros de 164 nacionalidades. Os países com mais representantes são a Argentina, Estados Unidos, Paraguai, França e Espanha.
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O turismo nos parques nacionais registrou recorde no ano passado, segundo o ICMBio, com mais de 11,8 milhões de visitas.
No período, pela primeira vez uma unidade de conservação federal superou o número de 4 milhões de visitas – aproximadamente 4,4 milhões no Parque Nacional da Tijuca. Em terceiro lugar no ranking aparece o parque de Jericoacoara, no Ceará (no box, a lista dos 10 mais visitados).
Segundo os técnicos da Embratur, a alta se deve à melhoria das estruturas e ao aumento de interesse sobre áreas naturais e do ecoturismo no pós-pandemia.
A diretora-executiva da Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, Angela Kuczach acredita que, após o período de isolamento na pandemia, aumentou o interesse em visitas às áreas naturais brasileiras, principalmente num momento de alta dos preços de viagens internacionais.
“Então a gente tem descoberto que o Brasil é lindo, né? Isso é muito interessante, porque a gente vive falando que o turismo de natureza no Brasil tem um potencial enorme, e de repente parece que o povo brasileiro começou a descobrir que realmente é legal viajar no Brasil”, afirmou a especialista.
Angela também destacou que muitos parques ficam próximos aos centros urbanos, uma vantagem da geografia do país. “São visitas que não exigem grande planejamento de férias. Podemos fazer em volta da nossa casa”.
Reflexos
A diretora da rede ressaltou que a melhoria das estruturas foi um dos fatores que influenciaram no aumento da visitação no último ano. Além do governo Lula ter aumentado o orçamento do Ministério do Meio Ambiente, que cuida do ICMBio, muitos parques foram concedidos à iniciativa privada, em contratos que preveem investimentos estruturais, disse.
É o caso do Iguaçu que, em 2022, o Consórcio Novo PNI venceu o leilão para gestão turística até 2052, em um contrato que prevê R$ 500 milhões de investimentos em infraestruturas, além de uma operação que deve custar R$ 3 bilhões durante o contrato. Um dos principais objetivos da nova gestão é aumentar a estrutura de visitação.
A divulgação dos Parques vem sendo um dos focos das campanhas da Embratur. Ano passado, a pasta assinou um acordo de cooperação técnica com o ICMBio e os ministérios do Meio Ambiente e Turismo, com foco na qualificação da infraestrutura e serviços, e promoção internacional do turismo nessas unidades.