Participantes falam sobre a experiência em estar no Parlamento Universitário

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Participantes da 5ª Edição do Parlamento Universitário estão vivendo o dia-a-dia da atividade dos deputados estaduais.. Créditos: Valdir Amaral/Alep

Foram meses de expectativa, desde a inscrição até a seleção final, e o início do Parlamento Universitário. Foram 515 inscritos para apenas 76 vagas. Muitos não sabiam se seriam selecionados pelas instituições e se conseguiram estar em Curitiba para participar.

Mas, quando chegaram à Assembleia Legislativa do Paraná, a realidade bateu, as articulações que os novos deputados universitários realizaram, até mesmo virtual, para a formação das bancadas nem todas se concretizaram, mas a empolgação em poder aprender mais sobre o processo legislativo tomou conta dos participantes da 5ª legislatura do Parlamento Universitário.

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Para a deputada universitária Ana Carolina Abreu (Unicuritiba) a movimentação, antes e durante o parlamento, foi a maior surpresa até agora, o que comprova que a atividade parlamentar não é realizada apenas nas sessões plenárias. “Foi um trabalho muito extenso antes de entrar, foram muitas reuniões. Aqui também a movimentação que a gente está tendo, articular toda hora, a todo o momento, a negociação com os outros partidos, é muito legal. É uma experiência enorme para meu campo profissional, já que eu quero seguir nessa área futuramente. O Parlamento Universitário é a maior oportunidade que você pode ter, não só para o Legislativo. Ele prepara para todos os Poderes e todas as áreas, está sendo muito legal participar”.

Acadêmico de Engenharia Civil na UTFPR, o deputado universitário Mateus Pizzatto concorda que a experiência está sendo engrandecedora. Para ele o projeto é uma oportunidade para entender melhor a política, não só como participante do Parlamento Universitário, mas como cidadão.

“É uma experiência enriquecedora. Vi o Parlamento Universitário como uma oportunidade de entender melhor a vida política e como cidadão. Entender até onde os deputados atuam e, assim poder eleger de uma maneira mais plausível”, disse. “Acredito que exista uma fundamentação que é a representação, do deputado conseguir ouvir as demandas da população e isso não acontece apenas no lado do Direito e sim de maneira geral. Aqui consegui me identificar com outros deputados universitários que não são do Direito, da parte mais letrada. Está sendo gratificante visualizar o engajamento de outras partes, trazendo uma visão mais ampla”, completou.

Outra acadêmica de Direito, a deputada universitária Maria Riber (Unibrasil) já esteve na Assembleia em outras oportunidades, participando de audiências públicas e acompanha o trabalho dos deputados através do canal do Youtube. Para ela a experiência no Parlamento Universitário é um crescimento pessoal.

“Gosto de frequentar a Assembleia, já estive aqui antes. Estou gostando bastante de como está sendo o andamento do Parlamento Universitário. Conversar com outros deputados universitários de outras faculdades, ver como funciona, como é cada comissão. É uma experiência gratificante que está me fazendo crescer como pessoa. Estou grata por estar aqui, pela Assembleia abrir as portas para todos nós”.

Prática

Os pontos destacados pelos deputados universitários, de poder aprender na prática o processo legislativo, também foi apontado pelo professor de Direito da Unibrasil, Sérgio Rodrigo de Pádua. Para ele, o Parlamento Universitário é a possibilidade de aprofundar a teoria apresentada nas instituições.

“São dois enfoques principais. O educacional, que é a participação prática no processo legislativo, algo que a gente não vê nas instituições, e o social, pois os estudantes entendem efetivamente o papel de um no parlamento, com o parlamentar vai atuar e que a política é feita de conversas entre pessoas com diversos tipos de posicionamento. Aqui na Assembleia e no Parlamento Universitário a gente verifica que há uma pluralidade de ideias e isso se reverte na possibilidade de enriquecimento, crescimento deles como acadêmicos nos cursos que fazem e o crescimento na condição de cidadãos”, afirmou.

O professor tem visto os debates diariamente e percebido a empolgação dos participantes na simulação do parlamento. “Os alunos estão extremamente motivados. A gente teve um processo seletivo bastante competitivo, por isso chegaram com toda a vontade de fazer a diferença e, agora, vão aproveitar o jogo, a simulação do Parlamento Universitário. Creio que isso vai levá-los a saírem muito maiores do que entraram aqui”.

Os participantes do Parlamento Universitário são dos mais variados cursos, 18 ao todo: Relações Públicas, Direito, Ciências Econômicas, Relações Internacionais, Ciências Biológicas, Ciências Políticas, Tecnologia da Gestão de Partido Políticos, Administração Pública, Ciências Sociais, Engenharia Civil, Medicina Veterinária, Ciências Contábeis, Letras, Filosofia, Medicina, Engenharia Agrícola, Arquitetura e Agronomia.

A pluralidade de pensamentos, conhecimentos e dos cursos dos deputados universitários foi apontado pela professora de Pedagogia e diretora pedagógica da Pró-reitoria de Graduação da Unioeste, Elenita Pastor, como algo crucial para que todos possam ter um olhar mais abrangente, não só na política, mas nas comunidades que os futuros profissionais vão interagir.

“Como professora e diretora pedagógica vejo o Parlamento Universitário como uma grande importância para o processo formativo deles, para que não fiquem presos só na sua profissão. Que consigam ter um olhar mais abrangente, de totalidade do Estado, das decisões políticas e o encaminhamento das propostas e projetos das comunidades que vão interagir enquanto profissionais”, disse. “Mesmo que não tenha a intenção de continuidade na política, como profissional em sua área vai desenvolver vários aspectos. A oratória, o desenvolvimento da escrita que vão agregar positivamente no processo formativo dele. A participação de estudantes de todas as áreas é importante, pois todos precisam ter o conhecimento da legislação e da vida política. Eles vão ampliar esse olhar na própria profissão, na atuação com a sociedade e é isso que a universidade prevê, formar bons profissionais, qualificados e que vão atuar na sociedade. Ter esse olhar social e político é bom para não ficar fechado só na sua área de conhecimento e profissão”, concluiu.

Agenda

Nesta terça-feira (25) os deputados universitários seguiram com a votação dos pareceres na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e também nas demais Comissões permanentes.

Eles tiveram a oportunidade de conversar com os deputados Tercílio Turini (PSD) e Professor Lemos (PT) que destacaram a importância do parlamento para a democracia e do Parlamento Universitário para a formação cidadão dos jovens universitários.

“É importante a participação do jovem na política. A gente sempre estimulou que o jovem venha para a política, que é importante demais para a vida das pessoas. A participação do jovem na política é fundamental para você criar uma mentalidade de que não é só votar. A cidadania se faz de várias maneiras. O voto faz parte disso, mas tem que acompanhar, sugerir, criticar, acompanhar como o seu político age. O Parlamento Universitário é nota 10. Isso vai fazer com que os jovens levem essa experiência para o resto da vida e estimular que muitos deles participem ativamente e estimulem outros jovens”, disse Turini.

“A Assembleia não parou. Não está tendo sessões plenárias, mas está tendo uma atividade muito importante que é o Parlamento Universitário. A Escola do Legislativo, mais uma vez, aqui com muitos jovens universitários de todo o Paraná exercitando, sendo deputados universitários, apresentando projetos de lei que são importantes para o Paraná”, disse. “Pude acompanhar os debates, projetos que tratam de vários temas e fiquei bastante animado. São vários projetos e, evidentemente, que depois nós deputados poderemos apresentar oficialmente ao Parlamento estadual esses projetos que são bons e poderão ser convertidos em lei. Fruto do trabalho da nossa juventude. Mais uma vez parabenizar a Assembleia Legislativa e a Escola do Legislativo pela iniciativa”, disse Lemos.

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