Mais de 300 ciclistas participaram, no último sábado (14), do Passeio Ciclístico da Itaipu no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu (PR), mesmo com as condições climáticas desfavoráveis do início da manhã. Os participantes tiveram a oportunidade de explorar trilhas exclusivas e inéditas em meio a muito barro, mas contando com total segurança e apoio da equipe da Binacional.
“Este passeio no Refúgio Bela Vista não é o primeiro, mas este trecho, em comemoração aos 40 anos, é exclusivo, pois algumas trilhas serão em lugares normalmente não abertos ao público. Os participantes encontrarão belezas que até então só eram vistas por quem trabalha aqui”, explicou o coordenador do evento, Luis Cesar Rodrigues da Silva, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu.
O evento, além de comemorar as quatro décadas da criação dos refúgios, também se propõe a oferecer aos ciclistas a chance de conhecer um importante espaço de conservação da Mata Atlântica.
Apesar do clima chuvoso no início da manhã, os mais de 300 inscritos compareceram ao evento que oferecia escolha para itinerários de 10 km ou 25 km. A equipe da Itaipu garantiu toda a segurança necessária aos participantes, com sinalização das trilhas, ambulâncias, pontos de hidratação e carros de apoio.
O padeiro Santo Soares foi um dos primeiros a chegar ao refúgio. Acostumado a acordar bem cedo devido a sua profissão, ele estava acompanhado do filho Leonardo, de 13 anos. “Faz muito tempo que eu esperava participar desse passeio, mas, devido ao trabalho, não conseguia encontrar tempo. Mas dessa vez deu certo e me inscrevi”, contou.
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As condições climáticas não foram um empecilho. “A chuva é um desafio, mas prefiro assim; mais fresquinho”, afirmou.
Essa também foi a opinião do militar aposentado Sérgio Luiz Oliveira Ferreira. “Em relação à chuva, não atrapalha. Como eu disse aos meus amigos, quando levantamos da cama quentinha e vemos o tempo chovendo, dá desânimo, mas no meio do caminho pode chover à vontade, não tem problema.”
Huberto Blank Sell, funcionário público aposentado, mora em Foz do Iguaçu há 10 anos e sempre participa dos eventos da Itaipu, especialmente do Refúgio Biológico Bela Vista. “Acredito na importância da interação entre o ser humano e o meio ambiente”, afirmou.
Trilhas fantásticas e muito barro
O professor da Unioeste Carlos Alberto da Silva fez questão de parar no meio do trajeto para conversar com a equipe de imprensa e fazer uma reivindicação. “Um passeio como esse, com uma trilha simplesmente fantástica, tem que acontecer pelo menos uma vez por mês”, afirmou antes de voltar a pedalar com os outros participantes.
Alex Richemont, natural do Haiti, está no Brasil há um ano e meio e estuda Saúde Coletiva na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). O passeio foi sua primeira visita ao Refúgio Biológico Bela Vista, embora já tenha participado de um passeio similar em seu país. Para ele, participar de atividades ao ar livre traz felicidade e é uma ótima oportunidade para socializar e se divertir.
Ao final do passeio, o fisioterapeuta Erick Vinicius Silva Moura fez um balanço do evento. “Acho que o fato de estar associado à paisagem, no meio do mato, faz com que a gente esqueça tudo; esquecemos os barulhos e só ouvimos os sons da natureza. Realmente, paramos um pouco no tempo e percebemos que vale a pena fazer algumas pausas de vez em quando, descansar a mente um pouquinho. O trajeto foi sensacional, muito massa, com barro, pedra e tudo mais. Também teve uma hora em que chegamos [próximos] à represa, que foi muito maneiro.”
“A importância de realizar passeios como este é evidente, pois estamos vivendo um contexto sério de redução das florestas, essenciais para a vida na Terra. Abrir este espaço permite que as pessoas vejam o trabalho de conservação realizado pela Itaipu ao longo de 40 anos, promovendo a conscientização sobre a preservação ambiental”, resume o coordenador do evento, Luis Cesar Rodrigues da Silva.
O próximo passeio ciclístico está programado para outubro, no Refúgio Biológico Maracaju, em Guaíra (PR).