PF desarticula esquema milionário de “TV Box” com ramificações em Foz do Iguaçu

Operação mirou organização criminosa que usava a fronteira com o Paraguai para contrabandear aparelhos ilegais; prejuízo ao setor é incalculável

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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (29), a Operação Praedo, com objetivo de desmontar uma suposta organização criminosa especializada na importação e comercialização de aparelhos ilegais de IPTV — popularmente conhecidos como “TV Box” e “Gatonet”. Parte da estrutura operava por Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, de onde os dispositivos eram contrabandeados para abastecer o mercado clandestino em todo o Brasil.

A ação mobilizou 38 policiais federais e resultou no cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão: oito em Curitiba, três em Foz do Iguaçu e um em Brasília. A Justiça também determinou o bloqueio de até R$ 33 milhões em contas, o sequestro de veículos e imóveis, além da derrubada de sites usados para vender os equipamentos ilegais.

As investigações começaram após uma denúncia feita por uma entidade do setor de telecomunicações, que identificou o comércio irregular de dispositivos usados para desbloquear sinais de TV paga. A Polícia Federal apurou que o esquema era liderado por dois casais de Curitiba, com atuação coordenada por familiares e empresas de fachada para esconder os lucros ilícitos.

Segundo a PF, os equipamentos ingressavam no país via Foz do Iguaçu, trazidos ilegalmente do Paraguai sem o recolhimento de tributos. A Anatel proíbe a venda desses dispositivos, o que caracteriza crime de contrabando. Além disso, os aparelhos permitiam o acesso gratuito a conteúdos pagos, como canais por assinatura e plataformas de streaming, lesando gravemente os detentores de direitos autorais.

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A estrutura do grupo era altamente organizada, com divisão clara de funções entre contrabandistas, operadores logísticos, responsáveis pelas vendas e laranjas para movimentar dinheiro. Um dos casais investigados acumulou cerca de R$ 5 milhões em bens, entre imóveis, carros de luxo e artigos caros, em valor incompatível com a renda declarada.

Os investigados poderão responder por contrabando, organização criminosa, violação de direitos autorais e exploração clandestina de telecomunicações. A Justiça Federal autorizou o bloqueio de bens para garantir um eventual ressarcimento aos cofres públicos.

A Operação Praedo — nome em latim que significa “pirata” — segue com investigações em andamento para identificar novos envolvidos e ampliar o rastreio da rede de pirataria digital que, segundo os investigadores, gera prejuízos milionários à economia e ao setor audiovisual brasileiro.

Fonte: Portal da Cidade


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