Policiais penais fizeram segurança em hospital onde estava Guaranho

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O policial penal Jorge Guaranho recebeu segurança de policiais penais no período em que esteve internado em hospital de Foz do Iguaçu, do dia 10 de julho a 10 de agosto. A informação, do Ministério Público (MPPR), veio à tona na última semana durante audiência de instrução e julgamento no Fórum de Justiça. Militante bolsonarista, Guaranho é réu duplamente qualificado do Guarda Municipal Marcelo Arruda, que era tesoureiro do PT.

Destaca o GDia que de acordo com o MPPR, policiais penais foram convocados para fazer a segurança de do colega, enquanto ele estava internado em um hospital. A informação foi prestada por uma superiora hierárquica de Guaranho na Polícia Penal, arrolada como testemunha de defesa do réu. Ela revelou a situação ao ser provocada pelos advogados que representam a família da vítima no caso.

A mulher de Guaranho disse na audiência que fez o pedido para aumentar a segurança do marido. A supervisora, ao confirmar a situação, classificou o caso como “corporativismo”. O MPPR enviou ofício à diretora-geral do Departamento Penitenciário Nacional, Tânia Maria Matos Ferreira Fogaça.

A intenção é ter acesso a relação de servidores públicos, das escalas respectivas de trabalho e das viaturas empregadas na segurança externa do Hospital Ministro Costa Cavalcanti. A “segurança extra” do réu pode ter se estendido até o dia 12 de agosto. Após Guaranho receber alta, ele ficou em prisão domiciliar até a Secretaria Estadual de Segurança Pública viabilizar estrutura no Complexo Médico Penal de Pinhais.

Audiência

O agente penal matou a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda, que comemorava seu aniversário de 50 anos com uma festa em homenagem ao ex-presidente Lula e ao PT. Militante bolsonarista, Guaranho ficou sabendo do evento pelo sistema de monitoramento do quiosque da associação.

Ele foi até local tocando em volume alto músicas de campanha do presidente Bolsonaro, já com a intenção de “provocar”, segundo depoimentos. Após uma discussão, saiu do imóvel afirmando que voltaria para “matar todos”, fato que aconteceu aproximadamente 10 minutos após.

Na última semana foram ouvidas as testemunhas de acusação e defesa. Guaranho seria o último a ser ouvido em vídeo conferência do Complexo Médico Penal, onde permanece detido. No entanto, o juiz Gustavo Germando Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, acatou pedido da defesa e adiou seu depoimento para o próximo dia 28 de setembro.

Após ele falar sobre os fatos, o judiciário irá decidir se ele irá ou não à júri popular. As audiências iniciais, segundo os advogados Daniel Godoy Junior e Ian Martins, representam a vítima, serviram para corroborar com outros elementos probatórios que demonstram que a intolerância política motivou o crime e que também colocou em risco a vida de outros inocentes.

Mais provas

O juiz atendeu a defesa para interrogar o “atirador” após a juntada do laudo técnico do croqui da cena do crime e a realização de outras diligências. A expectativa da família da vítima é que, com as provas colhidas no inquérito, no curso da investigação, as filmagens, os depoimentos, ele vá a júri popular, “que é competente para julgar homicídio”, dizem os advogados.

A viúva de Marcelo Arruda, Pâmela Suellen Silva, acompanhou os dois dias de audiência. “Aguardamos um posicionamento do juiz, mas a família e amigos quer que tenha justiça. Se for a júri popular, que seja justo aos filhos do Marcelo e pela forma como ele foi morto”, disse.

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