Polícias do Paraguai intensificam ações aos crimes ambientais na fronteira com o Brasil

Faixa, que inclui o rio Paraná e Lago Itaipu, tem 1,3 mil quilômetros do Marco das 3 Fronteiras, em Foz, até Guaíra, na divisa com Mato Grosso do Sul
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As forças de segurança do Paraguai intensificaram, nos últimos dias, as ações para combater crimes ambientais no Departamento (Estado) de Alto Paraná, cuja capital é Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu (Brasil). Em operações conjuntas, na denominada “Panthera Onca”, integrantes da Polícia Nacional, militares e diversas instituições governamentais realizam há duas semanas uma série de fiscalizações na região, especialmente na abrangência do rio Paraná e Lago de Itaipu.

A intenção, segundo as autoridades do país vizinho, é identificar e combater crimes ambientais, especialmente o desmatamento ilegal na Mata Atlântica que liga o Paraguai e o Brasil. A operação, segundo informa a Rádio La Clave, responde a um pedido da Comissão Nacional de Defesa dos Recursos Naturais (CONADERNA) e é coordenada pela Interpol, com o apoio do Ministério Público e do Ministério do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (MADES).

Juan Fretes, oficial de ligação da Interpol no Paraguai e um dos coordenadores da operação, destacou a importância da ação. “O pedido do CONADERNA nos permitiu formar um grupo de trabalho com diversas instituições importantes. Estamos realizando operações que podem levar a ações legais”, destacou. Além disso, o agente ressalta a participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em treinamentos anteriores, focados na detecção de madeira de origem ilegal e na aplicação de controles.

Contexto
A primeira fase da operação incluiu treinamento e patrulhamento aéreo, terrestre e aquático, com apoio da Marinha do Paraguai. “A coordenação com outras instituições tem sido essencial. “Detectamos vários imóveis afectados por desflorestação e outras atividades ilegais e estamos a trabalhar com a Direcção Nacional da Receita Tributária e unidades especializadas para abordar também crimes como contrabando e tráfico de espécies”, acrescentou Fretes.

A operação “Panthera Onca” se estenderá até meados de novembro, com a expectativa de obter informações valiosas para futuras investigações e ações judiciais. As ações envolvem também cooperação internacional, com autoridades e instituições brasileira. Segundo Fretes, a Polícia Federal do Brasil forneceu informações importantes para as operações, enquanto as forças argentinas também colaboram na região fronteiriça.

Faixa de fronteira
“Estamos trabalhando na rastreabilidade das atividades criminosas, trocando informações em tempo real com nossos colegas do Brasil e da Argentina”, explicou. Brasil e Paraguai tem uma extensão fronteiriça de 1.365,4 quilômetros. Destes, 928,5 quilômetros são por rios e 436,9 quilômetros por divisor de águas. Além do Paraná, o Mato Grosso do Sul também faz fronteira com o país vizinho.

A faixa fronteiriça que inclui o rio Paraná e o Lago Itaipu é de aproximadamente 1,3 mil quilômetros a partir do Marco das 3 Fronteiras, em Foz do Iguaçu, até Guaíra, na na divisa do Paraná com o estado do Mato Grosso do Sul. A região é considerada ainda rota de contrabando de mercadorias e tráfico de armas, drogas e munições.

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