O governador de Misiones, Oscar Herrera Aahuad, jogou um balde de água fria na proposta de reabertura da Ponte Tancredo Neves proposta pelo Conselho de Desenvolvimento de Foz, Puerto Iguazú e Ciudad del Este.
Em declaração à imprensa de Misiones, que foi amplamente repercutida em Puerto Iguazu, Herrera justificou sua decisão em função do aumento de casos de covid-19 no Brasil e no Paraguai.
Ele disse que o tráfego na Ponte Tancredo Neves somente será permitido para a entrada e saída de produtos essenciais. Esse protocolo está vigente desde 20 de março, quando foi decretada a quarentena no país vizinho.
“O Paraguai emitiu um alerta devido ao aumento de casos e o Brasil ampliou as restrições das atividades noturnas em cidades que fazem fronteira com Misiones”, declarou o governador, que tem poderes para impedir a reabertura das fronteiras em sua província.
Herrera disse ao jornal El Território que seu país espera iniciar a vacinação contra a covid- 19. “Não será a solução definitiva para o problema, mas a vacina é uma ferramenta que permitirá aumentar a segurança da nossa população”.
O governador bateu o pé ao ser questionado sobre o turismo. “Existe um bom movimento de turistas em nossa província e uma boa ocupação hoteleira. Posadas teve um final de semana movimentado”, destacou. “Misiones não vive do turismo internacional, mas do turismo regional e nacional”, acrescentou.
O governador não falou sobre Puerto Iguazu, cidade que sobrevive do turismo internacional e que está vivendo um dos maiores caos econômicos, com desemprego em massa e pessoas passando fome.
Insensibilidade
Além de se mostrar insensível com a situação dos moradores de Puerto Iguazú, o governador Oscar Herrera está se lixando para o protocolo firmado na semana passada por lideranças das três cidades vizinhas.
O protocolo de segurança sanitária elaborado pelo Conselho de Desenvolvimento Trinacional (Codetri) foi muito bem formulado e propunha a reabertura com todos os cuidados necessários para evitar a propagação do vírus.
A proposta era de reabrir a ponte em duas etapas, a partir do dia 10 de dezembro e fazer monitoramento constante para avançar ou recuar, diante dos resultados.
A proposta era a retomada parcial do fluxo fronteiriço entre Argentina e Brasil com a realização de plano-piloto. “Não podemos deixar para o ano que vem, pois sem essa reabertura em dezembro, período de férias e turismo, a economia de Puerto Iguazú não resistirá até o ano que vem”, disse na oportunidade o presidente do Codespi, Pablo Bauzá.
A fase um do protocolo previa a reabertura gradual e segura da ponte. Nesta fase, o ingresso diário na Argentina e no Brasil seria de, no máximo, três mil pessoas (seis mil visitantes), o que representa cerca de 10% do fluxo do período anterior à pandemia.
Na segunda fase, previa a ampliação do número de pessoas habilitadas a entrar e sair do país pela ponte Tancredo Neves. O protocolo estabelecia uma avaliação aa cada 15 dias, com possível revisão.
Por: GDia