Cerimônia deve contar com a participação dos presidentes do Brasil e do Paraguai
Pouco mais de três anos após o início das obras, a Ponte da Integração Brasil-Paraguai, entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco (PY), será inaugurada oficialmente na próxima segunda-feira (12). Estão previstas as presenças dos presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, entre outras autoridades dos dois países. Os detalhes da cerimônia ainda não foram divulgados.
O empreendimento é uma ação do governo federal, em parceria com o governo do Estado do Paraná e a Itaipu Binacional, que está investindo R$ 323 milhões no projeto, em valores atualizados. A empresa também financia as obras da Perimetral Leste, que estão em andamento e incluem construção de novas aduanas. A rodovia de 15 km vai conectar a nova ponte à BR-277. O valor de investimento da Itaipu é de R$ 336,6 milhões.
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Nesta quarta-feira (7), representantes do consórcio Construbase-Cidade-Paulitec, responsável pela obra da ponte, reuniram-se em Foz do Iguaçu com o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Anatalicio Risden Junior, e o diretor de Coordenação, Luiz Felipe Carbonell.
O encontro foi solicitado pelo consórcio para agradecer a participação de Itaipu no projeto, como agente financiador, o que permitiu a conclusão dentro do cronograma previsto, sem atrasos significativos ou incidentes.
“Foi uma parceria fantástica com a Itaipu. Nesses três anos, tivemos uma convivência muito gratificante, muito técnica. Cada um com o seu objetivo, mas no fim alcançamos um excelente resultado”, afirmou José Luis Torres Rossetti, diretor da Construbase e head do consórcio. “Trata-se de uma nova visão de empreendimento público com qualidade.”
Risden deu as boas-vindas ao grupo e lembrou que a nova ponte internacional era uma reivindicação antiga da sociedade, para desafogar o tráfego de veículos pesados da Ponte da Amizade – mas que que só saiu do papel em 2019, quando começaram as obras. “A Ponte da Integração é um marco para a região e sua construção transcorreu de forma extremamente tranquila, dentro dos prazos previstos”, salientou.
Carbonell observou que a construção da Ponte da Integração coincidiu com o período mais crítico da pandemia de covid-19, que trouxe dificuldades adicionais aos trabalhos, especialmente no suprimento de materiais. Segundo ele, “a nova ponte terá relevância internacional e formará um novo eixo logístico para os dois países”.
“Essa obra é particularmente especial porque tem um vão-livre que é o maior da América do Sul. Isso foi atingido sem interferir no leito do rio [Paraná], como uma premissa que a gente adotou. Conseguimos colocar as duas torres nas margens, não tem nada dentro do rio”, reforçou José Luis Torres Rossetti.
Também participaram da visita Celso Moscardi e Marcelo Yassuo Sunemi (Construbase); Raul Leitão dos Santos, Roberto Leitão dos Santos e Flávio Severiano dos Santos (Cidade); e Pedro Luiz Paulikevis dos Santos (Paulitec). Antes do encontro no Centro Executivo, o grupo fez uma visita técnica à usina hidrelétrica, coordenada pela Divisão de Relações Públicas (CSRP.GB) da binacional.
Como é a estrutura
A Ponte da Integração Brasil-Paraguai é do tipo estaiada, tem 760 metros de comprimento e vão-livre de 470 metros. Conta com duas pistas de 3,6 metros de largura cada, acostamento de 3 metros e calçada de 1,7 metro nas laterais. No lado brasileiro, o mastro principal tem 190 metros, equivalente a um prédio de 63 andares.
As obras começaram em agosto de 2019. Três anos depois, em agosto deste ano, as duas frentes de trabalho (do Brasil e do Paraguai) se encontraram sobre o leito do Rio Paraná. Foram utilizados no projeto aproximadamente 37 mil metros cúbicos de concreto e 3,5 mil toneladas de aço.
No final de novembro, a ponte foi submetida a testes dinâmicos com caminhões-betoneira, carregados de água e brita e carga de até 162 toneladas. A iluminação funcional, com tecnologia em LED, também está instalada.
Mesmo antes de inaugurada, a ponte – vizinha do Marco das Três Fronteiras –, já se tornou um novo cartão-postal na região turística trinacional. De noite, é possível ver a estrutura iluminada de longe, a partir de vários pontos da fronteira.