O governo federal do Paraguai prorrogou, por mais duas semanas, a quarentena rígida no departamento de Alto Paraná, cuja capital é Ciudad del Este. A medida foi adotada em função do avanço dos casos e óbitos do novo Coronavírus (Covid-19) na região. A crise econômica provocada pela pandemia deixou mais de 75 mil trabalhadores sem opção de renda na cidade.
O novo decreto, publicado pela Presidência da República na noite de domingo (23), teve ajustes leves como circulação de pessoas até às 20h e autorização para reabrir as academias, mantém uma série de restrições. De acordo com o documento, assinado pelo presidente Mario Abdo Benítez, a vigência das medidas restritivas no leste do país se estenderá de 24 de agosto a 6 de setembro.
Durante a vigência da normativa, a circulação de pessoas é autorizada entre das 05h às 20h. Importante lembrar que até esta segunda, a circulação só era autorizada até as 17h. A venda de bebidas alcoólicas só pode ser feita até às 20h. No caso das estações de serviço, terão autorização de funcionamento apenas até às 23h.
A região de Alto Paraná concentra os maiores índices de infecções por Covid-19 no Paraguai. De acordo com o acompanhamento do Ministério da Saúde, em todo país foram confirmados 13.233 casos e 205 óbitos devido a complicações provocadas pela doença. Destes índices, 4.405 casos e 83 óbitos ocorreram no departamento.
De acordo com a estatística, Ciudad del Este concentra aproximadamente 80% dos casos de Alto Paraná. Mesmo assim, o prefeito Miguel Prieto informou à imprensa que conversou com o ministro da Saúde, Julio Mazoleni, que adiantou a permissão para volta das academias de ginástica.
Na avaliação do prefeito, a quarentena restrita foi efetiva na questão sanitária, mas em relação a questão econômica, “estão destruídos. Esse é o nosso dilema de agora”, disse Prieto. O prejuízo em Ciudad del Este é calculado em US$ 2,5 bilhões desde o início da pandemia. Mais de 75 mil pessoas ficaram sem opção de renda, informa a Câmara de Comércio local.
Contexto
Mais de cinco meses se passaram desde que o governo impôs medidas restritivas para evitar o avanço do coronavírus no país. Atualmente, o combate ao vírus está fragilizado devido a diversos eventos que afetaram o Ministério da Saúde, destaca em editorial o Última Hora.
Empréstimos milionários, corrupção, falta de abastecimento ou violação da quarentena sanitária foram alguns dos acontecimentos que relegaram fortemente os esforços que a Saúde Pública vem implementando desde o início da pandemia, reforça o jornal.
Embora as infecções tenham ocorrido de forma gradual nos últimos cinco meses, ao abrigo de protocolos de saúde, quarentena inteligente e outras restrições, hoje a situação mudou e é cada vez mais alarmante, segundo as próprias autoridades sanitárias.
Por: GDia