A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), vinculada à Confederação Nacional do Turismo (CNTur), realizou uma pesquisa indicando que a maioria dos estabelecimentos no setor de gastronomia e entretenimento está planejando ajustes em seus cardápios antes do Carnaval de 2024.
A análise revela que, apesar de não haver um aumento acentuado na inflação, houve acumulação nos últimos anos, especialmente desde a pandemia, impactando a sobrevivência desses estabelecimentos.
O desafio enfrentado agora é considerado irreversível, envolvendo a necessidade de ajustes nos preços dos cardápios, variando de 8% a 12%, com uma média de 10%, conforme indicado pela Abrabar após consulta aos diversos setores do setor.
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Alguns estabelecimentos tentarão adiar os reajustes, mas a inevitabilidade dos prejuízos acumulados é reconhecida, especialmente em um setor que busca lucro, enfrenta alto índice de endividamento pós-pandemia e corre o risco de perder o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE).
O presidente da Abrabar, Fábio Aguayo, destaca a preocupação com o dilema entre manter os preços e a qualidade versus reduzir opções, ofertas e qualidade para manter preços mais baixos.
Ele enfatiza que a alteração nos valores dos cardápios é praticamente certa em fevereiro, e não descarta novos ajustes no próximo semestre, especialmente após a data-base da categoria em maio.
A decisão de ajustar os preços não está ligada apenas à inflação, mas à sobrevivência dos negócios, considerando o aumento das tarifas de energia elétrica, a previsão de aumento nos alimentos e outros insumos, além de questões salariais e regulatórias.
A situação é agravada pela alta do gás e outras despesas que não podem ser absorvidas sem repasse aos consumidores.
O encerramento oficial da pandemia em 2022 gerou preocupações quanto a investimentos e circulação de pessoas, mas o retorno gradual às atividades normais até o final de 2023 aqueceu o setor.
A experiência do home office, que causou desafios para muitos estabelecimentos, deu lugar a uma recuperação no setor, com contratações e melhorias no atendimento.
No entanto, a falta de mão de obra qualificada permanece como um desafio, e o ajuste de preços é visto como uma oportunidade para avançar em diversos objetivos do setor, buscando a compreensão dos consumidores em relação aos esforços para garantir lucro e geração de empregos.