Foz do Iguaçu, Ciudad del Este, Presidente Franco, Hernandarias e Puerto Iguazú devem desenvolver projetos em conjuntos nas áreas de saúde, turismo, cultura, educação e segurança pública
O prefeito Chico Brasileiro defendeu nesta segunda-feira, 29, a ampliação das ações conjuntas entre as cinco cidades da tríplice fronteira – Foz do Iguaçu, Ciudad del Este, Presidente Franco, Hernandarias e Puerto Iguazú – nas áreas de saúde, trânsito fronteiriço, migração, cultura, segurança e educação.
Brasileiro vai convidar os prefeitos Miguel Pietro, Nelson Caño e Roque Godoy (respectivamente, de Ciudad del Este, Hernandarias e Presidente Franco – Paraguai) e Cláudio Raúl Filippa de Puerto Iguazú (Argentina) para uma reunião que pode acontecer até o primeiro trimestre de 2022.
“A vacinação e os testes antígenos, como já acontecem, são exemplos de uma série de projetos e ações que podemos levar nas cidades de fronteiras, guardando as peculiaridades e assimetrias de cada população e suas respectivas regiões”, disse o prefeito de Foz do Iguaçu.
Saúde
Chico Brasileiro lembrou que, em conjunto com os governos estadual e federal, Foz do Iguaçu já realiza testes antígenos na cabeceira da Ponte Internacional da Amizade abertos aos paraguaios. Os moradores do país vizinho também já podem se vacinar contra a covid na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Jupira.
A estrutura da saúde pública de Foz, segundo Brasileiro, já atende, há muitos anos, brasileiros e os paraguaios que moram do lado da fronteira. Com 258 mil habitantes, Foz tem mais de 424 mil usuários do cartão do SUS (Sistema Único de Saúde). Nas contas do prefeito, são 98 mil brasileiros residentes no Paraguai que impactam a saúde pública municipal.
Além da saúde, campanhas conjuntas de vacinação e combate ao mosquito Aedes aegypti, por exemplo, Chico Brasileiro adianta projetos nas áreas de trânsito fronteiriço, segurança, cultura, turismo e meio ambiente.
“No turismo, somos destino único e a perspectiva de ampliar a permanência do visitante da tríplice fronteira. No meio ambiente, as bacias dos rios Paraná e Iguaçu se estendem pelas quatro cidades e precisamos ter ações nas áreas de proteção e preservação dos seus mananciais”, disse.
Trânsito fronteiriço
Chico Brasileiro adianta ainda que com a liberação do trânsito na Ponte de Integração, o desenvolvimento vai ampliar os impactos nas regiões do Porto Meira, no entorno da Perimetral Leste e na cidade paraguaia de Presidente Franco.
“Nos dois lados, vamos precisar de uma infraestrutura de mobilidade considerável e até de equipamentos urbanos. O crescimento urbano do Porto Meira e de Presidente Franco nos próximos anos será exponencial”.
Em relação a Puerto Iguazú, Brasileiro disse que é necessário garantir a agilidade no trânsito dos visitantes na fronteira argentina, além de projetos comuns nas áreas do meio ambiente e do turismo em relação ao Parque Nacional do Iguaçu – somadas as áreas das unidades brasileira e argentina são mais de 250 mil hectares. “É o nosso maior patrimônio, aliás um patrimônio mundial da natureza, que precisa garantir o acesso mais barato aos brasileiros, argentinos e paraguaios”.
“O parque, assim como a cultura, gastronomia e história, os rios Paraná e Iguaçu, e os moradores da tríplice fronteira, formaram a nossa identidade. E é isso que precisa ser valorizado. O desenvolvimento e o crescimento da região, em todos os seus aspectos, deve ser amplo e atender todos os segmentos das quatro cidades”, argumenta Chico Brasileiro.
Ações compartilhadas
Outros projetos referenciais também farão parte do intercâmbio entre as cidades fronteiriças. O prefeito Miguel Pietro já adiantou que pretende implantar o Orçamento Participativo na capital de Alto Paraná. Em duas edições, em Foz do Iguaçu, estão sendo investidos R$ 100 milhões em obras.
Foz está interessada em projetos de resgate histórico e de registro da memória muito mais presentes nas culturas paraguaia e argentina. “Nós temos o melhor exemplo dessa integração nas três fronteiras.
A Unila integra estudantes de toda América Latina em Foz do Iguaçu. Vários projetos, inclusive na área de educação, têm como referência a atuação da Unila”, disse Brasileiro.
