Guto Silva diz que Estado vai pagar por serviço prestado; Prefeito afirma que o hospital precisa de equipe 24 horas
O prefeito Chico Brasileiro rebateu, no último sábado (27), as declarações do Chefe da Casa Civil do Paraná, Guto Silva, de que o Estado só fará repasse por procedimento prestado pelo Hospital Municipal Padre Germano Lauck de Foz do Iguaçu. Na avaliação do prefeito, o secretário disse “coisas totalmente desinformadas”, sobre os repasses de recursos à unidade de serviço, cujo convênio terminou em dezembro do ano passado.
As declarações de Guto Silva, à Rádio Cultura, foram repercutidas pelo Gazeta Diário na edição de sexta-feira (26). Ele reforçou, ao lado do superintendente de governança do Paraná, Phelipe Mansur, que os contratos serão por serviços. “Quanto precisa aí para fazer cirurgia? Então, nós vamos contratar por procedimento, para melhorar a resolutividade dos hospitais”, afirmou o chefe da Casa Civil. As informações são de Ronildo Pimentel, no Gazeta Diário.
“Tínhamos R$ 30 milhões do Estado, que não era uma ajuda apenas, era uma contrapartida para um hospital que atende 24 horas à região, não apenas Foz do Iguaçu”, disse Chico Brasileiro, no programa semanal da Prefeitura levado ao pela Rádio Cultura. Segundo ele, quando ocorre um acidente em Medianeira ou Matelândia, na BR-277, “para onde vão estes pacientes?”, indagou.
“Qual hospital da região é preparado para atender este tipo de situação? Foz do Iguaçu”, respondeu. O prefeito lembrou que o secretário (Guto Silva), tem na sua pasta um subordinado que é de Foz do Iguaçu, “que foi até candidato a prefeito. A gente começa a descobrir de onde estão vindo as coisas, quem está travando”, disse Brasileiro, sem citar nomes.
“A relação com o Governo do Estado é boa”, destacou o prefeito. “O governador sempre tratou bem Foz do Iguaçu, sempre foi uma pessoa com um olhar muito receptivo com a cidade. Ele mesmo disse aqui que ajudar o hospital é uma questão humanitária”, recordou.
Não é possível
Chico Brasileiro afirmou não admitir que as declarações de Guto Silva expressem o desejo do governador. “Deixar de ajudar um hospital… ajudar não, repassar um recurso devido ao hospital municipal, seria realmente uma ação que não atende os princípios humanos”, frisou.
O hospital é principal instrumento de salvar vidas, afirma o prefeito. “Vocês acham que vamos deixar faltar dinheiro para médicos ou compra de medicamos, não vamos deixar. Qualquer obra nova pode ser suspensa, pode ser suspensa sim. Ou qualquer outra ação de governo, menos deixar faltar recursos para o hospital”, ressaltou.
Ações políticas
Brasileiro voltou a alertar para ações políticas contra o hospital e a cidade. “Gente, o SUS (Sistema Único de Saúde) não compra serviço de um hospital público, por que ele tem custo. É como pagar o Corpo de Bombeiros. Você paga um bombeiro só por que ele foi apagar um incêndio? Não, tem que pagar a equipe de trabalho 24 horas”.
“Se não tiver incêndio, melhor. Mas tem que ter a equipe de prontidão”, comparou. “O hospital municipal é a mesma coisa. Tem que ter 10, 12, 15 médicos, enfermeiros e profissionais de prontidão 24 horas, para atender a população, na hora que precisar”, destacou.
Neste ponto, vice-prefeito Nilton Bobato, que assume a Secretaria de Saúde nesta terça-feira (30), interrompeu o prefeito para informar que entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde. “Eles não aprovaram esta fala do secretário da Casa Civil aqui”, disse.
Ligações
Brasileiro voltou a lembrar que o secretário que deu a declaração é ligado a um ex-candidato a prefeito de Foz do Iguaçu. “Veja como são estas informações, que indicam de onde vem este complô para atrapalhar nossa cidade. Cada vez mais está ficando claro quem são os que estão atrapalhando nossa cidade. Mas nós não vamos baixar a cabeça, de forma alguma”, afirmou.
O prefeito ressaltou o respeito que o governador sempre expressou pela cidade, bem como o secretário de Saúde, Beto Preto. “Continuo acreditando que isto será resolvido. Só que nós temos que ter recursos para garantir a manutenção”.
O Hospital Padre Germano Lauck tem um custo mensal de manutenção de aproximadamente R$ 8 milhões. Deste montante, cerca de R$ 1,7 milhão é repassado pelo Governo Federal, o restante é arcado com recursos do município. A retomada do convênio com o Governo do Estado será tema de audiências em Curitiba esta semana, segundo adiantou Nilton Bobato.
Foto: Rádio Cultura Foz