Prefeitura de Curitiba fecha shoppings por atendimento controlado e revolta entidades do setor

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Shoppings Pátio Batel, Crystal, Mueller e ParkShoppingBarigui foram autuados por atendimento com delivery (Fotomontagem: Arquivo/Google)

Setor cobra isonomia e possibilidade de trabalhar em sistema de delivery, take away ou drive-thru

A Prefeitura fechou esta semana, quatro shoppings de Curitiba que atuavam com atendimento controlado de delivery, take away ou drive-thru. A medida, com multas que podem chegar a R$ 4 mil, revoltou as entidades representativas do setor. As regras duras impostas durante a quarentena, vão tornar insustentável os estabelecimentos, afirmam.

De acordo com a Prefeitura, o decreto de quarentena durante a pandemia do Coronavírus suspende o funcionamento das estruturas. No entanto, faltou transparência na normativa, o que resultou em atuação dos shoppings Pátio Batel, Crystal, Mueller e ParkShoppingBarigui.

A presidente do ShindiShooping (Sindicato dos Lojistas do Comércio Estabelecidos em Shopping Centers de Curitiba), Carolina Assis, classificou a ação ‘um absurdo’. “E as lojas que estão trabalhando com delivery, como vão controlar isso?”, indagou Carolina. “Não tem como controlar”, disse.

“As pessoas compram pelo Instagram, pelo Facebook, aí entra só um motoqueiro no estabelecimento, pega o pedido e sai para entregar. E isso não é permitido? É um absurdo”, afirmou.

De acordo com a presidente do Sindishopping, tudo está fechado: lojas, restaurantes, shoppings, não tem ninguém circulando ou comendo nestes locais. “Agora, os restaurantes não podem entregar um produto para um motoqueiro levar na casa de alguém, mas o de rua pode operar? Qual é a diferença? Por que essa falta de isonomia?”, questionou.

Violação da isonomia

A ação da Prefeitura representa uma “violação da isonomia”, na opinião do empresário Energ Komagata, que tem restaurantes em três shoppings de Curitiba. “E o segmento pode operar na rua, por delivery, por que no shopping não poderia, já que não tem contato direto com o público, né?”, indagou.

O empreendedor disse considerar “vergonho” o que está acontecendo na capital do Paraná. “E a ação veio primeiro, depois veio o esclarecimento da Prefeitura, com material instrutivo de que o shopping não poderia operar. É bem desbalanceada esta ação”, completou.

Insustentável

A situação dos shoppings de Curitiba está cada vez mais “insustentável”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Fábio Aguayo. Os estabelecimentos na capital não conseguiram nem retomar 10%, que era o volume normal de clientes antes do fechamento absoluto, informou.

“E agora, com esse encerramento total brusco, vai tornar a situação insustentável, não só pra manter os empregos que estão dentro dos shoppings, mas também como manter as empresas”, enfatizou. Para Aguayo, não é necessário que os empresários sempre tenham que buscar o judiciário para resolver esse tipo de demanda, já que um diálogo poderia ajudar a resolver a situação.

“Estamos fazendo um apelo ao poder público que reveja essa posição pelo menos no atendimento por delivery. Não podemos ter o desperdício dos alimentos, muitos empresários nem conseguiram retirar seus alimentos perecíveis”, alertou. A forma como o setor vem sendo tratado, disse Aguayo, “deixa o empresariado totalmente fora de controle emocionalmente. Vamos salvar vidas e empregos”, concluiu.

Dentro das normas

A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) informou, em nota, que os empreendimentos de todo o Brasil seguem as determinações previstas em decretos do Poder Público para o funcionamento de suas operações, sejam elas abertas aos consumidores ou por meio de ações como delivery e drive-thru.

“Especificamente com relação às operações dos shoppings de Curitiba, a Abrasce reforça que as atividades têm seguido as orientações do decreto do Governo do Estado e que aguarda novas decisões e diretrizes para a adequação das atividades”, ressaltou.

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