Evento ocorrerá dias 18, 19 e 20 de novembro, no Expo Center Norte, com a luta de 200 anos dos negros a partir da Proclamação da Independência e com recorte para discutir a abolição e o racismo estrutural
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI) e da SPTURIS, promoveu na noite desta quarta-feira (26 de Outubro), no Centro Cultural São Paulo, a pré-estreia da II Expo Internacional Dia da Consciência Negra, que ocorrerá em novembro próximo.
Ontem, o objetivo era apresentar a jornalistas, influenciadores, corpos consulares, secretarias da administração municipal e convidados a programação oficial do evento que ocorrerá em novembro, na Expo Center Norte (dias 18, 19 e 20 aberto ao público).
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A II Expo Internacional Dia da Consciência Negra celebrará o Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), apresentando ao público 200 anos de luta dos negros no nosso país, a partir da independência. O recorte de informações nas exposições, debates e shows visa resgatar o protagonismo negro na luta pela abolição.
O Expo Center Norte abrigará ambientes tecnológicos e sensoriais. Palestrantes nacionais e internacionais trarão reflexões entre o passado, o presente e o futuro, apontando e debatendo as raízes do racismo estrutural.
A II Expo é a parte visível da política pública “São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural”, parceria da SMRI e da Secretaria Municipal de Educação (SME), e visa difundir a cultura negra e reafirmar a capital paulista como indutora do debate e das ações para promoção da igualdade racial, no país, e na América Latina.
A secretária municipal de Relações Internacionais do município de São Paulo, Marta Suplicy, destacou a importância da Expo para o combate ao racismo estrutural, lembrando que: “Temos um país com 55% da população de negros e de pardos, pessoas que não têm a mesma oportunidade que os brancos e, enquanto isso não for resolvido, não vamos virar uma verdadeira nação”.
Sobre a II EXPO
Neste ano, conforme explicou Marta Suplicy, o evento vai abordar 200 anos de luta dos negros, a partir da Proclamação da Independência, com recorte para as questões da abolição. “Falaremos dos movimentos e das lideranças que foram esquecidas ou apagadas ao longo da história”.
A II Expo vai abordar os porquês de o Brasil ser uma sociedade em que o racismo estrutural resulta em exclusão social dos negros. Para Marta Suplicy, o caminho que a Prefeitura propõe, com a política pública “São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural”, é de uma mudança cultural que tem início pelas escolas. “Vamos levar a consciência do racismo estrutural aos professores, profissionais da educação e às crianças em uma formação não racista”. Marta destacou que a política pública tem total apoio do prefeito Ricardo Nunes.
O secretário de Educação do município de São Paulo, Fernando Padula, falou sobre as ações da Pasta para garantir que alunos da rede municipal tenham direito a uma educação de qualidade e livre de racismo e pontuou: “adquirimos 174 títulos de livros sobre a cultura africana e afro-brasileira para as bibliotecas e escolas municipais”.
A Gerente de Projetos da II Expo, Elaine Gomes, falou sobre o racismo que enfrentou e enfrenta diariamente, que é o reflexo que milhões de brasileiros passam em suas vidas e que limita as oportunidades, sobretudo, de educação, de acesso a empregos, condições de superação da pobreza. Tratou, também, dos 20 anos da Lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas: “A gente luta, chora, persiste, briga e acredita que a lei deve ser observada e implantada integralmente”.
Segundo Elaine Gomes, dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares dos ensinos fundamental e médio é preciso contar com a aplicação dessa lei. “O meu desejo é que as pessoas se sintam motivadas a agir contra o racismo estrutural. É a nossa história, foi o que nós produzimos, pois somos protagonistas desta luta diária.”
“Ser negro no Brasil é algo extremamente particular; cada um tem suas vivências e percepções. O autoconhecimento da negritude tem implicações sem volta no intelecto de uma pessoa negra, a militância requer força e coragem para se reestruturar diariamente”, enfatiza Elaine Gomes.
O cumprimento das leis para o combate ao racismo estrutural, também, foi abordado por Tom Farias, jornalista e escritor, autor de ‘Carolina, uma Biografia’ e do romance ‘A Bolha’, entre outras obras, e colaborador na organização da II Expo.
“Tem uma lei para ser cumprida. Se você não está do lado da lei, você é racista”, enfatizou Tom Farias. Para ele, a II Expo é uma oportunidade para resgatar a cultura negra e refletir sobre a questão racial. “O combate ao racismo é dever de todos nós.”
Serviço
17 de novembro – abertura oficial
18 a 20 de novembro – aberta ao público
Local: Expo Center Norte – Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo-SP
Entrada gratuita.