Presidente do Paraguai quer aumentar a cota de compras para brasileiros

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Criação de moeda única entre Brasil e Argentina também ganhou destaque na sexta, 7

Dois temas relacionados à Tríplice Fronteira ganharam destaque nesta sexta-feira (7) na imprensa internacional. O presidente paraguaio Mario Abdo Benítez disse que pretende aumentar a cota de compra de brasileiros em seu país, que hoje é de US$ 300 (aproximadamente R$ 1,2 mil).

Na primeira visita oficial à Argentina, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, falaram da possibilidade de criação de uma moeda única entre os dois países. As informações são de Ronildo Pimentel, no Gazeta Diário.

O aumento da cota de compras no Paraguai é uma pauta antiga da população de Foz do Iguaçu e da região de fronteira entre os dois países. A intenção de seu governo, segundo Marito Abdo informou à imprensa, é trabalhar em um sistema de formalização e fortalecimento do turismo de compras. Elevar o valor da cota, na avaliação dele, seria uma forma de dinamizar a economia em Ciudad del Este, afetada pela crise no Brasil.

“Queremos avançar sobre um sistema de formalização e fortalecimento do turismo de compras”, disse o presidente, em agenda nesta sexta-feira (7) na cidade de Itauguá, no departamento Central do Paraguai.

“Aumentar a cota, aumentar o mínimo autorizado para exportar na área de turismo de compra, transformando em formal”, ressaltou ele, em referência aos moradores da região que acabam atuando na informalidade.

Marito informou que já conversa com o governo brasileiro sobre o aumento da cota de compras. Na avaliação dele, esta medida aliada ao processo de formalização, vai dinamizar o comércio em Ciudad de Este, que é “suscetível às crises” dos países vizinhos. Nos últimos meses, o movimento no centro comercial caiu aproximadamente 70% empurrado pela crise política no Brasil e a alta do dólar.

A perspectiva da Câmara de Comércio de Ciudad del Este é que nos próximos dias mais de três mil trabalhadores sejam demitidos, se a crise prosseguir. “Isso afetará muito Foz do Iguaçu porque uma boa parte desses funcionários são iguaçuenses”, disse o presidente Said Tajén, em entrevista à imprensa paraguaia na última semana.

Moeda única
Na primeira visita oficial à Argentina, o presidente Jair Bolsonaro discutiu com o presidente Maurício Macri a criação de uma moeda única para os países do Mercosul, começando pelos dois países.

A proposta foi apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que integrou a comitiva presidencial ao país vizinho, Em evento no Rio de Janeiro, Bolsonaro já havia defendido a medida dizendo que “de um modo geral, o país (Brasil) tem muito mais a ganhar do que perder”.

O vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, afirmou que a criação de uma moeda única para a América do Sul seria um avanço para os países da região, assim como foi para a União Europeia a criação do euro.

“Óbvio que se houver possibilidade, se é factível isso, é um baita de um avanço. A União Europeia tem sua moeda única, que é o Euro. Se nós chegarmos aqui, na América do Sul, a um passo desse, acho que seria bom para todo mundo”, disse.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, questionou se a proposta levaria à desvalorização da moeda brasileira. “Será? Vai desvalorizar o real? O dólar valendo R$ 6,00? Inflação voltando? Espero que não”, afirmou, em publicação no Twitter.

A Argentina vive um agravamento da sua crise econômica, com aumento de inflação e desvalorização de sua moeda. Na última semana de maio, sindicatos promoveram uma paralisação de diversos setores da economia.

De acordo com o Banco Central, não há projetos ou estudos em andamento para uma união monetária com a Argentina. No entanto, o órgão admitiu “diálogos sobre estabilidade macroeconômica, bem como debates acerca de redução de riscos e vulnerabilidades e fortalecimento institucional”.

O ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, afirmou que o projeto de criar uma moeda comum com o Brasil “não tem prazo para entrar em vigor e levará muito tempo, porque ainda é preciso dar muitos
passos”.

De acordo com ele, “sem dúvida” é um processo longo “que requer estudos antes que os países estejam ordenados”, disse em Fukuoka (Japão), onde participa da reunião de ministros de Economia do Grupo dos Vinte (G20).

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